Happy new year!

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“No ano novo, quero me encantar mais vezes. Admirar mais vezes. Compartilhar mais amor. Dançar com a vida com mais leveza, sem medo de pisarmos nos pés uma da outra. Quero fazer o meu coração arrepiar mais frequentemente de ternura diante de cada beleza revista ou inaugurada. Quero sair por aí de mãos dadas com a criança que me habita, sem tanta pressa. Brincar com ela mais amiúde. Fazer arte. Aprender com Deus a desenhar coisas bonitas no mundo. Colorir a minha vida com os tons mais contentes da minha caixa de lápis de cor. Devolver um brilho maior aos olhos, aos dias, aos sonhos, mesmo àqueles muito antigos, que, apesar do tempo, souberam conservar o seu viço. Quero sintonizar a minha frequência com a música da delicadeza. Do entusiasmo. Da fé. Da generosidade. Das trocas afetivas. Das alegrias que começam a florir dentro da gente.”

Só numa multidão de amores

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"Eles não estavam trocando juras de amor, não andavam de mãos dadas, nem se chamavam por nomes infantis. Não tinha pieguice romântica ali. Mas foi a cena mais doce que eu vi: dois olhares se encontrando. Não só se encontrando: se confortando, se sabendo, se completando. Eu notei que eles eram algo além de amigos, que se desejavam e se protegiam, e foi só pela cumplicidade dos olhos, que deixavam de ser dois e se enlaçavam quatro.

Eu quis então ter um olhar pra mim. Não alguém pra chamar de meu, como diz o clichê, como grita a conveniência, mas um olhar que fosse meu por puro encaixe. Foi um pouco de inveja, talvez. Eu soube naquelas duas pessoas que elas não se sentiam sozinhas ou perdidas. Que mesmo depois de um dia cheio e chato, tinham uma certeza de carinho. E eu quis. Quis algo além da rotina do trabalho e gente fabricada com seus narizes perfeitos e cabelos penteados. Quis algo certo como o frio na barriga e a respiração travada, o coração esquecendo de bater. Quis algo errado que me fizesse bem só por escapar do caminho óbvio de toda noite. Uma espera no fim do dia, sabe? Essa espera. Não a espera de uma vida toda sem saber o que buscar pra ser feliz. Só sair do dia igual pra ter uma noite diferente. E tornar esse diferente comum só porque é bom estar perto.

Todo o amor que eu sufoquei por excesso de razão agora grita, escapa, transborda. Estou só numa multidão de amores, assim como Dylan Thomas, assim como Maysa, assim como milhões de pessoas; assim como a multidão de amores está só, em si. Demonstro minha fragilidade, meu desamparo. Eu não procuro alguém pra pertencer e ter posse, só quero uma fonte segura de amor que não dependa das obrigações, das falas decoradas, dos scripts prontos. Eu sei que eu abri mão de várias oportunidades. Sei que fiz pouco caso do amor que me entregaram de maneira pura e gratuita, só porque eu achava que podia encontrar coisa melhor. Se as pessoas estão sempre indo e vindo, eu só queria alguém minimamente eterno em sua duração, que me fizesse parar de achar normal essa história de perder as pessoas pela vida.

Vou embora querendo alguém que me diga pra ficar. Estou sempre de partida, malas feitas, portas trancadas, chave em punho. No fundo eu quero dizer “Me impede de ir. Fica parado na minha frente e fala que eu tenho lugar por aqui, que não preciso abandonar tudo cada vez que a solidão me derruba. Me ajuda a levar a vida menos a sério, porque é só vida, afinal.” E acabo calada, porque não faz sentido dizer tudo isso sem ter pra quem.

Eu não quero viver como se sobrevivesse a cada dia que passo sozinha. Não quero andar como se procurasse meu complemento em cada olhar vago. Eu acho que mereço mais que isso por tudo o que eu sei que posso fazer por alguém. E fico só esperando, na surpresa do dia que eu desencanar de esperar, um par de olhos que me faça ficar sem nenhuma palavra, nada além de dois olhos se enlaçando quatro. Nessa multidão de amores, sozinho é aquele que não espera."

Saudade sem destinatário

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"Ando sentindo uma saudade descabida. Saudade descabida porque não está cabendo em mim mesmo. Não cabe em lugar algum. Transbordou. Saiu da borda. Uma saudade estranha. Uma saudade de ninguém. Uma saudade que não tem nome ou um endereço específico. Saudade de ligar pra alguém e chamar pra almoçar. Saudade de sair do trabalho seis horas da tarde e chamar pro cinema. Saudade de assistir televisão domingo à tarde debaixo do edredom. Saudade de ter com quem conversar no final do dia. E de ter alguém em quem pensar quando acordo. Saudade de poder falar que gosto (e também poder falar “não gostei”) sem precisar ensaiar antes. Saudade de sentir saudade de alguém.

Saudade do cheiro do meu perfume favorito em outra pele suada. Saudade de ouvir que eu sou linda (de manhã cedo com a cara amassada). Saudade de ficar em silêncio ouvindo a respiração. Saudade de viajar sem precisar dirigir. De cantar no carro e alguém me ouvir. Saudade de ouvir o CD de músicas favoritas que eu não gosto.

Saudade de acordar com flores e de receber presentes sem nenhuma data especial. Saudade de ter uns apelidos estranhos, que não têm nada a ver com o meu nome. Saudade de fazer as pazes e abraçar mais forte. Saudade de ser a número um e não apenas mais um número. Saudade de ser entendida sem precisar me explicar. De dizer o que eu quero sem precisar falar. Saudade de ser tão igual e fazer toda a diferença. Saudade de gostar dos mesmos lugares e de bebidas tão diferentes. Saudade do calor, do cheiro, do gosto. Saudade do toque, do beijo, do carinho. Saudade com remetente e sem destinatário. Saudade sem preço, sem endereço e sem data pra expirar. Saudade do que ainda me falta viver.

É... ninguém me falou que cama nova provocava efeitos colaterais. Ou talvez seja só a carência do domingo à tarde. Amanhã eu descubro."


Já dizia Caio...

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Sinto saudade sim e uma saudade multicolorida de ti. Às vezes ela é azul e profunda, quando numa tristeza inquieta me encontro, só quero uma palavra de consolo, um ombro amigo, uma frase no fim da conversa repetindo que está tudo bem, tudo, tudo bem. Outras vezes, é uma saudade juvenil cor de rosa choque, vontade de te ligar para ver o nascer do sol no Ibirapuera às cinco da manhã. Nunca fiz isso, inclusive. Mas, na maior parte do tempo é uma saudade branca que só queria ter você aqui pra dizer que quando a gente precisa que alguém fique a gente constrói qualquer coisa, até um castelo. Mas, eu não tive tempo de dizer. Então deixo aqui, pra você, no dia em que se vivo você completaria 63 anos toda minha saudade e o meu amor de sempre.



p.s pra quem não reconheceu, os trechos em itálico são de autoria do Caio. :*

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"Temos a mania de achar que amor é algo que se busca. Buscamos o amor nos bares, na internet, nas paradas de ônibus. Como num jogo de esconde-esconde, procuramos pelo amor que está oculto dentro das boates, nas salas de aula, nas plateias dos teatros. Ele certamente está por ali, você quase pode sentir seu cheiro, precisa apenas descobri-lo e agarrá-lo o mais rápido possível, pois só o amor constrói, só o amor salva, só o amor traz felicidade. Há quem acredite que o amor é medicamento. Pelo contrário. Se você está deprimido, histérico ou ansioso demais, o amor não se aproxima, e caso o faça, vai frustrar sua expectativa, porque o amor quer ser recebido com saúde e leveza, ele não suporta a ideia de ser ingerido de quatro em quatro horas, como um antibiótico para combater as bactérias da solidão e da falta de auto-estima. Você já ouviu muitas vezes alguém dizer: "Quando eu menos esperava, quando eu havia desistido de procurar, o amor apareceu." Claro, o amor não é bobo, quer ser bem tratado, por isso escolhe as pessoas que, antes de tudo, tratam bem de si mesmas. O Amor, ao contrário do que se pensa, não tem de vir antes de tudo. Antes de estabilizar a carreira profissional, antes de fazer amigos, de viajar pelo mundo, de curtir a vida. Ele não é uma garantia de que, a partir de seu surgimento, tudo o mais dará certo. Queremos o amor como pré-requisito para o sucesso nos outros setores, quando, na verdade, o amor espera primeiro você ser feliz para só então surgir, sem máscara e sem fantasia. É esta a condição. É pegar ou largar. Para quem acha que isso é chantagem, arrisco-me a sair em defesa do amor: ser feliz é uma exigência razoável, e não é tarefa tão complicada. Felizes são aqueles que aprendem a administrar seus conflitos, que aceitam suas oscilações de humor, que dão o melhor de si e não se autoflagelam por causa dos erros que cometem. 
Felicidade é serenidade. Não tem nada a ver com piscinas, carros e muito menos com príncipes encantados. O amor é o prêmio para quem relaxa. 
As pessoas ficam procurando o amor como solução para todos os seus problemas quando, na realidade, o amor é a recompensa por você ter resolvido os seus problemas."

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“Claro que se o dinheiro falta, se a saúde vacila, se o amor arma alguma cilada, seu desejo de rir será pouco. Mas combata a depressão. Cultive o bom humor, como quem cultiva um bom hábito. Esforce-se para ser alegre. Afaste os sentimentos mesquinhos que provocam o despeito, a inveja, o sentimento de fracasso, que são origem de infelicidade. Adote uma filosofia otimista, eduque-se para ser feliz. Você o conseguirá. E verá o milagre em sua própria face, nos olhos que adquirirão brilho e vivacidade, na boca que perderá o rictus amargo e ganhará um ar jovem, na pele outra vez clara e macia. Com o estado de felicidade íntima, a mocidade volta, a beleza reaparece. Seja feliz, se quer ser bonita!”

Dia dos Pais






"... e em meio toda àquela confusão, ele tentava explicar à menina de blusa florida, lhe dizendo: "Se aquiete... não é sua culpa, não é..."

Feliz dia dos Pais (a quem merece tal felicitação)!

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“De repente um riso tímido presenteia meus lábios. O dia desperta o mundo que guardo por dentro, uma chance muito pequena – mas chances não se medem – de ser feliz para sempre mais uma vez.”

Divã

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“Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não se sabe se vai ser antes ou depois de se chocar contra o solo. Eu bati a 200 km por hora e estou voltando á pé pra casa, avariada. Eu sei, não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Talvez este seja o ponto. Talvez eu não seja adulta o suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fada, de achar que a gente muda o que sente, e que bastaria apertar um botão que as luzes apagariam e eu voltaria a minha vida satisfatória,sem seqüelas, sem registro de ocorrência? Eu não amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada. Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, eram dois travesseiros. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era Melhor

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"Pode chorar querida, não é um erro, é uma necessidade. Você precisa colocar pra fora toda a dor que já lhe causaram. Você está sendo forte por guardar isso tudo só pra você, nunca se julgue fraca porque você não é. E eu sei, você sabe, e todas as garotas do mundo sabem como é isso. Só continue sendo forte.

(…)

Não se preocupe, essa angustia que você está sentindo vai passar, a saudade vai acabar. Eu sei que agora parece que o mundo conspira contra você, mais ele gira e em um giro desses tudo pode mudar. Então não desiste, sorria.

Você é mais forte do que pensa e será mais feliz do que imagina. O medo a decepção, a tristeza, a raiva são só sentimentos, são só momentos e momentos chegam ao fim. Isso chegara também.

Não tem como encontrar a felicidade sem ter passado pela tristeza. Pense nisso, não é hora de se deixar abalar."

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“Olhando a foto, foi quando eu descobri que tua ausência ainda doía e o tempo que passou não me serviu como remédio. E a minha paciência foi inútil e todo desapego incompetente. Eu me desvencilhei de livros, cartas e bilhetes e me desmemoriei por algum tempo - quis tanto ter você, depois silêncio - mas nessa tarde estranha em que ensaio versos, só vem tua falta à tona… E eu desamarro um pranto que eu sei tão antigo - desculpa essas palavras com cara de choro - ainda há reticências.”

Sobre o amor

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“Quando nasce um amor novo, é difícil resistir à tentação de alimentá-lo só com a presença. Mas é preciso deixar o amor respirar. Se você colocar uma flor bem bonita dentro de uma redoma, com medo que o vento e o tempo levem sua beleza, manterá por muito pouco tempo o que dela é bonito.

O que eu aprendi sobre o amor, filho, é que ele é feito de faltas e presenças. E que nenhuma das duas pode faltar.

Aprendi que o amor é feito de liberdade. É como ter, todos os dias, muitas outras opções. E ainda assim fazer a mesma livre escolha.

Dessas pequenas vitórias se faz a alegria de amar e ser amado. Descobrir no olhar do outro que você foi escolhido de novo. E de novo, mais uma vez.

Também aprendi que o amor interrompido em seu auge permanece bonito para sempre. O que pode ser muito doído ou pode ser um presente. Depende de como a gente quer guardar. Depende de como a gente quer seguir.

O amor é feito de falta, filho. Mas aí mora um perigo: adorar mais a falta que o próprio amor. Posso cometer esse erro diante de quem amo ou diante da própria falta. E aí quem passa a faltar sou eu mesma.

O amor é feito de falta, mas não sobrevive sem a presença. O amor é feito de hoje.
(...)
O que aprendi sobre o amor é que ele deve estar sempre distraído. Mas quando falta o objeto do amor é o contrário: melhor não se distrair nunca.

O que aprendi sobre o amor - e isso aprendi sobre o amor a mim mesma - é que ele exige de mim, todos os dias, um esforço. Um exercício diário do qual não posso abrir mão.

É como estar num mar profundo, sem barco ou bóia. Não posso simplesmente boiar. Posso relaxar um pouco, mas logo retomo o nado. Não posso boiar, não posso, não posso. A onda pode me levar.”

Ler Doce Ler!

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Ainda na semana passada anunciamos no twitter que o blog teria uma novidade muito em breve e como nós somos mais ansiosas que vocês, cá estamos para revelar-lhes!  Da vontade de tê-los mais próximos de nós surgiu a idéia de criar um cantinho que pudesse ser dividido com cada pessoa que também partilha do amor pela leitura. Então, a partir de agora o blog está abrindo as portas da “Ler doce Ler” pra vocês, a mais nova coluna do nosso Estouro em Palavras. Para que a idéia possa ser posta em prática nós precisamos – mais do que nunca – da participação de vocês. Funciona de maneira bem simples, você escolhe um livro e faz uma resenha, depois disso é só entrar em contato conosco pelo e-mail contato@estouroempalavras.com
Qualquer dúvida pode ser também poderá ser esclarecida através do mesmo.
Esperamos que vocês gostem da novidade.

Um beijo enorme
Equipe Estouro em Palavras.

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Chorar é aceitar que você se foi. Desculpe também pelo "se foi", quem viu aquele olhar cheio de perspectiva, sabe que não foi por vontade própria. Foram você. Não pense jamais que o fato de eu nunca tocar seu nome seja por descaso, é pura preguiça de endurecer o maxilar lembrando das frases bobas que dizias de antemão a um breve sorriso a favor do sol. É que dói lento, contrapondo sua partida, rápida e cedo demais.

Preciso de alguém

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"Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia - eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas. Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como - eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da concha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto - preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio - tão cansado, tão causado - qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. Esse, simples, mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios - que importa? (Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio - viria? virá? - e minto não, já não preciso.) Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço. Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã."

E hoje o Estouro em Palavras está em festa!!

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Minha querida e linda amiga(e irmã... e comadre... e parceira... e ...e) Joyci está completando 18 aninhos!
Gostaria de ter habilidade com as palavras e fazer uma homenagem tão linda quanto a que eu recebi no meu aniversario, mas esse dom é pra quem pode, não pra quem quer! hahah

Brincadeiras à parte...
Jô, minha linda te desejo tudo de melhor nessa vida! Que o nosso Senhor Jesus Cristo te abençoe cada dia mais, que Ele lhe dê muita saúde, paz, amizades verdadeira.. e claro AMOR!
Obrigada por ser assim... tão especial! Eu te amo!

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"É loucura odiar todas as rosas porque uma te espetou. Entregar todos os teus sonhos porque um deles não se realizou, perder a fé em todas as orações porque em uma não foi atendido, desistir de todos os esforços porque um deles fracassou. É loucura condenar todas as amizades porque uma te traiu, descrer de todo amor porque um deles te foi infiel. É loucura jogar fora todas as chances de ser feliz porque uma tentativa não deu certo. Espero que na tua caminhada não cometas estas loucuras. Lembrando que sempre há uma outra chance, uma outra amizade, um outro amor, uma nova força. Para todo fim, um recomeço."

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"O que ela quer é falar de amor. Fazer cafuné, comprar presente, reservar hotel pra viagem, olhar estrela sem ter o que dizer. Quer tomar vinho e olhar nos olhos. Ela quer poder soprar o que mora dentro, o que não cabe, que voa inocente e suicida. Ela quer o que não tem nome. Quer rir sem saber de quê, passar horas sem notar, quer o silêncio e a falação. Ela quer bobagem. Quer o que não serve pra nada. Quer o desejo, que é menos comportado que a vontade. Ela quer o imprevisto, a surpresa, o coração disparado, o medo de ser bom. Quer música, barulho de e-mail na caixa, telefone tocando. Ela tem muito e quer mais. Quer sempre. Quer se cobrir de eternidade, quer o oxigênio do risco pra ficar sempre menina. Ela quer tremer as pernas, beijo no ponto de ônibus e a milésima primeira vez. Quer cor e som, lembrança de ontem, sorriso no canto da boca. Ela quer dar bandeira. Quer a alegria besta de quem não tem juízo. O que ela quer é tão simples."

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“As pessoas grandes adoram os números. Quando a gente lhes fala de um novo amigo, elas jamais se informam do essencial. Não perguntam nunca: "Qual é o som da sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que ele coleciona borboletas?”Mas perguntam:"Qual é sua idade? Quantos irmãos tem ele? Quanto pesa? Quanto ganha seu pai?” Somente então é que elas julgam conhecê-lo.”

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“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!

Mas se tu vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar meu coração... É preciso que haja um ritual.”

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Eu conheço um planeta onde há um sujeito vermelho, quase roxo. Nunca cheirou uma flor. Nunca olhou uma estrela. Nunca amou ninguém. Nunca fez outra coisa senão somas. E o dia todo repete como tu: "Eu sou um homem sério! Eu sou um homem sério!" e isso o faz inchar-se de orgulho. Mas ele não é um homem; é um cogumelo!

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Há milhões e milhões de anos que as flores fabricam espinhos. Há milhões e milhões de anos que os carneiros as comem, apesar de tudo. E não será sério procurar compreender por que perdem tanto tempo fabricando espinhos inúteis? Não terá importância a guerra dos carneiros e das flores? Não será mais importante que as contas do tal sujeito? E se eu, por minha vez, conheço uma flor única no mundo, que só existe no meu planeta, e que um belo dia um carneirinho pode liquidar num só golpe, sem avaliar o que faz, - isto não tem importância?! (...) 




Se alguém ama uma flor da qual só existe um exemplar em milhões e milhões de estrelas, isso basta para que seja feliz quando a contempla. Ele pensa: "Minha flor está lá, nalgum lugar..." Mas se o carneiro come a flor, é para ele, bruscamente, como se todas as estrelas se apagassem! E isto não tem importância!


(O Pequeno Príncipe - Antoine De Saint-Exupéry)

p.s. Dia 29 eu e a Danyella completamos 4 anos de amizade, então ela deu a idéia de fazermos um especial com um livro que é a nossa cara. Aqui está: O Pequeno Príncipe. :) 

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"Eu nunca aceitei a simplicidade do sentimento. Eu sempre quis entender de onde vinha tanta loucura, tanta emoção. Eu nunca respeitei sua banalidade, nunca entendi como pude ser tão escrava de uma vida que não me dizia nada, não me aquietava em nada, não me preenchia, não me planejava, não me findava.
Nós éramos sem começo, sem meio, sem fim, sem solução, sem motivo.Não sinto saudades do seu amor, ele nunca existiu, nem sei que cara ele teria, nem sei que cheiro ele teria. Não existiu morte para o que nunca nasceu."

Manual de verdades inteiras (para vida).

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“Porque para viver de verdade a gente tem que quebrar a cara. Tem que tentar e não conseguir. Achar que vai dar e ver que não deu. Querer muito e não alcançar. Ter e perder. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e dizer uma coisa terrível, mas que tem que ser dita. Tem que ter coragem de olhar no fundo dos olhos de alguém que a gente ama e ouvir uma coisa terrível, mas que tem que ser ouvida. A vida é incontornável. A gente perde, leva porrada, é passado pra trás, cai. Dói, ai. Eu sei como dói. Mas passa. Tá vendo a felicidade ali na frente? Não, você não tá vendo, porque tem uma montanha de dor na frente. Continue andando. Você vai subir, vai sentir frio lá em cima, cansaço. Vai querer desistir, mas não vai desistir porque você é forte e porque depois do topo a montanha começa a diminuir e o único jeito de deixá-la pra trás é continuar andando. Você vai ser feliz. Tá vendo essa dor que agora samba no seu peito de salto agulha? Você ainda vai olhá-la e rir da cara dela.”  

Feliz dia das Mães!

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"para a mãe que desabrocha, rosa
para a mãe que bem-me-quer, margarida
para a mãe que gosta de champanhe, tulipa
para a mãe que gosta de orquestra, orquídea
para a mãe que é um violão, violeta
para a mãe que não dorme, girassol
para a mãe que trabalha, sempre-viva
para a mãe que defende, boca-de-leão
para a mãe que é linda, lírios
para a mãe que gera, gerânios
para a mãe que ama, amor-perfeito."

Parabéns, Danyella!

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Pensei, confesso, em buscar algum texto no google que desejasse as melhores coisas do mundo - afinal, é isso que você merece, o melhor. Entretanto, nem me dei ao trabalho de abrir uma nova aba logo após fazer o login e buscar um "texto de aniversário" e você quer saber por quê? Eu explico, eles não foram feitos para você. Logo, eles não tem a sensibilidade, a delicadeza, a doçura e ao mesmo tempo a graça que você tem, minha soul so sister! Sim, hoje é o seu dia, minha alma tão irmã e nele eu desejo que tudo seja pleno, assim como nossa amizade.

Assim como todos os outros anos em que eu tive a oportunidade de te dar as felicitações nessa data, tudo o que há de melhor nesse universo - e cada ano com mais intensidade, com mais amor, com mais cumplicidade. Peço ao Papai do céu que - não apenas nesse dia - te ilumine, te proteja e te guie pelo melhor caminho, sempre. Que você tenha sabedoria, saúde e força, para fazer as suas escolhas e poder lutar por elas e que assim, venha o seu sucesso. Eu desejo a você uma vida repleta de êxitos! 

Desejo um amor, como diria Cazuza: "Com sabor de fruta mordida". E amizades! Por que o que é a vida sem amigos? Novos sim, mas que você tenha paciência para conservar os velhos. Desejo paz, de espírito e na vida. Desejo dinheiro, porque é preciso! 

E desejo - quase secretamente - que você consiga ser sempre essa menininha, apesar dos seus 20 anos. Além é claro, desejo - quase que de forma egoísta - que haja muitos outros aniversários em que eu possa comemorar com e por você. 


Eu te amo.

Com amor, 
                   Sis. 

Reencontro

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"Eu vim aqui me buscar. E aqui parecia ser longe, muito longe do lugar onde eu estava, o medo costuma ver as distâncias com lente de aumento. Vim aqui me buscar porque a insatisfação me perguntava incontáveis vezes o que eu iria fazer para transformá-la e chegou um momento em que eu não consegui mais lhe dizer simplesmente que eu não sabia. Vim aqui me buscar porque cansei de fazer de conta que eu não tinha nenhuma responsabilidade com relação ao padrão repetitivo da maioria das circunstâncias difíceis que eu vivenciava. Vim aqui me buscar porque a vida se tornou tediosa demais. Opaca demais. Cansativa demais. Encolhida.

Vim aqui me buscar porque, para onde quer que eu olhasse, eu não me encontrava. Porque sentia uma saudade tão grande que chegava a doer e, embora persistisse em acreditar que ela reclamava de outras ausências, a verdade é que o tempo inteirinho ela falava da minha falta de mim. Vim aqui me buscar porque percebi que estava muito distante e que a prioridade era eu me trazer de volta. Isso, se quisesse experimentar contentamento. Se quisesse criar espaço, depois de tanto aperto. Se quisesse sentir o conforto bom da leveza, depois de tanto peso suportado. Se quisesse crescer no amor.

Vim aqui me buscar, com medo e coragem. Com toda a entrega que me era possível. Com a humildade de quem descobre se conhecer menos do que supunha e com o claro propósito de se conhecer mais. Vim aqui me buscar para varrer entulhos. Passar a limpo alguns rascunhos. Resgatar o viço do olhar. Trocar de bem com a vida. Rir com Deus, outra vez. Vim aqui me buscar para não me contentar com a mesmice. Para dizer minhas flores. Para não me surpreender ao me flagrar feliz. Para ser parecida comigo. Para me sentir em casa, de novo.

Vim aqui me buscar. Aqui, no meu coração."

Será que o amor é mesmo tudo?‏

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"Vou ser sincera. Hoje eu pensei em acabar com tudo, escrever uma última carta e te chamar de carta fora do baralho. E doeu, só a possibilidade do fim já doeu imensamente. Eu não entendo, eu não te entendo, eu não me entendo. Pra falar a verdade, eu não entendo nada que nos diga respeito.

Apesar de sermos iguais em tantos aspectos, nós amamos diferente. Eu te amo com tudo o que eu sou, posso ser metade, mas essa metade é tudo o que eu te amo. Eu te amo e não teria medo de enfrentar sociedade, mãe, pai, irmão, amigo ou qualquer coisa por você. Porque, meu caro, eu simplesmente tenho a certeza de que todo esse amor é o suficiente para começar.

E só para começar. Não me entenda mal, mas com todo esse tempo te amando eu aprendi que o amor, só o amor, não é o suficiente. Precisa-se de respeito, precisa-se de carinho, precisa-se de atenção, precisa-se sobretudo de presença. Beber a presença, engolir, satisfazer-se. Sem presença não há amor, me desculpe se isso doer, que resista. Quem ama precisa saber-se amado, para que se sustente, para que se satisfaça. E o amor não trás tudo isso, não é um pacote fechado. Infelizmente amor é singular, você não pode amar por mim e eu não posso amar por você. Há de ser recíproco, mas ainda assim não é o bastante.

Para o amor dar os primeiros passos é necessário uma grande dose de generosidade, quando você ama e quer que esse amor dê bons frutos, você precisa abrir mão de certas coisas e você precisa se doar. Se doer. Pasmem, mas não existe amor sem sofrimento. E não me venha com teorias, estou te dizendo baseada na prática. Não há amor que não doa ou, pelo menos, nunca conheci.

Chegará a hora, a dolorida hora, em que as coisas não vão fluir como no princípio. Haverá brigas, então será necessário um saco enorme, gigantesco de paciência e outro - maior ainda - de respeito. Não há amor que resista a insistentes ordens de "cale a boca" ou então insultos como "seu filho de uma puta". Por favor, aliás, por amor, xingar a mãe é que não dá.

Então, passando por isso, terão - muitas, para não dizer inúmeras - vezes em que você pensará, ficará a um passo de jogar tudo pro alto, como se nada que aconteceu durante todo esse tempo tivesse valido a pena. E nessa hora você precisará de muito auto-controle, sapiência (o pior é que não vendem em lojas) para pesar se é isso que você quer, se é isso que você precisa, se depois dessa atitude você não ficará se lamuriando todo o tempo e vendo aqueles filmes água com açúcar.

Tendo superado essa fase, ou essas fases, como queira. Vocês estarão a um passo do casamento. O casamento: sim, ele - o tão temido. E sejamos grosseiros para não sermos cínicos: Você vai precisar de dinheiro. Ou você pretende largar tudo - emprego, amigos, parentes - para ir vender coco na praia? Você precisa de uma casa, você precisa mobiliar essa casa e só essa brincadeira - quando se trata de valores - já assusta o suficiente pra você pensar em adiar ou re-adiar essa brincadeira de amar, de ser felizes para sempre.

Portanto, já dizia o ditado: Amor com amor não se paga! Só o amor não é suficiente, querido."

Vivo(a) ou Morto(a) - Meu reino por uma pessoa interessante

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Não sei mais o que fazer das minhas noites durante a semana. Em relação aos finais de semana já desisti faz tempo: noites povoadas por pessoas com metade da minha idade e do meu bom senso.
"Nada contra adolescentes, muitos deles até são mais interessantes e vividos do que eu, mas tô falando dos de "fabricação em série". Tô fora de dançar os hits das rádios e ter meu braço ou cabelo puxado por um garoto que fala tipo assim, gata, iradíssimo, tia. Tinha me decidido a banir a palavra "balada" da minha vida e só sair de casa para jantar, ir ao cinema ou talvez um ou outro barzinho cult, desses que tem aberto aos montes em bequinhos charmosos. Mas a verdade é que por mais que eu ame minhas amigas, a boa música e um bom filme, sinto falta de um amor.

Já tentei paquerar em cafés e livrarias, não deu muito certo, as pessoas olham sempre pra mim com aquela cara de "tô no meu mundo, fique no seu". Tentei aquelas festinhas que amigos fazem e que sempre te animam a pensar  "se são meus amigos, logo devem ter amigos interessantes". Infelizmente, essas festinhas são cheias de casais e um ou outro esquisito desesperado pra achar alguém só porque os amigos estão todos acompanhados. Tô fora de gente desesperada, ainda que eu seja quase uma.

Baladas playbas com garotas prontas para um casamento e rapazes que exibem a chave do Audi, tô mais do que fora. Baladas playbas com garotas praianas hippie-chique que falam com voz entre o fresco e o nasalado (elas misturam o desejo de ser meigas com o desejo de ser manos com o desejo de ser patos) e rapazes garotos-propaganda Adidas com cabelinho playmobil,também tô fora.

MUNDO IDIOTA

O que sobra então? Barzinhos de MPB? Nem pensar. Até gosto da música, mas rapazes que fogem do trânsito para bares abarrotados, bebem discutindo a melhor bunda da firma e depois choram "tristeza não tem fim, felicidade sim" no ombro do amigo têm grandes chances de ser aquele tipo que se acha superdescolado só porque tirou a gravata e porque fala tudo metade em inglês, ao estilo "quero te levar pra casa, how does it sound?"

Para dançar, os muquifos eletrônicos alternativos são uma maravilha, mas ainda que eu não seja preconceituosa com esse tipo, não estou a fim de beijar bissexuais sebosos, drogados e com brinco pelo corpo todo. Tô procurando o pai dos meus filhos, não uma transa bizarra.
Minha mais recente descoberta são as baladinhas também alternativas de rock. Gente mais velha, mais bacana, roupas bacanas, jeito de falar bacana, estilo bacana, papo bacana? Gente tão bacana que se basta e não acha ninguém bacana. Na praia, quem é interessante além de se isolar acorda cedo, aí fica aquela sensação (verdadeira) de que só os idiotas vão à praia e às baladinhas praianas.

Orkut, MSN, chats? me pergunto onde foi parar a única coisa que realmente importa e é de verdade nesta vida: a tal da química.
Mas então onde, meu Deus?

Onde vou encontrar gente interessante? O tempo está passando, meus ex já estão quase todos casados, minhas amigas já estão quase todas pensando no nome do bebê? E eu? Até quando vou continuar achando todo mundo idiota demais pra mim e me sentindo a mais idiota de todos?
Foi então que eu descobri. Ele está exatamente no mesmo lugar que eu agora, pensando as mesmas coisas, com preguiça de ir nos mesmos lugares furados e ver gente boba, com a mesma dúvida entre arriscar mais uma vez e voltar pra casa vazio ou continuar embaixo do edredom lendo mais algumas páginas do seu mundo perfeito.

A verdade é que as pessoas de verdade estão em casa. Não é triste pensar que quanto mais interessante uma pessoa é, menor a chance de você vê-la andando por aí?"

Caras como ele.

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         Eu o encontrei. Quero dizer, encontrei ele, você deve saber o cara fiel, educado, engraçado, inteligente e romântico, o que mais eu poderia querer? Que ele não fosse um personagem, só isso. O encontrei num dia onde me dei ao luxo de conhecer blogs que eu não conhecia, li o fragmento de um texto em que o único pensamento foi – depois de um longo suspiro é claro – caramba! Entre um comentário e outro o dono do blog me disse que não era um texto dele e sim de um tal de Gabito Nunes e logo abaixo desta informação – valiosíssima, você sabe – estava o link do site. Eu entrei e o primeiro texto que li foi: “O Anjo, mais velho” e me lembro exatamente da sensação que veio a seguir: ele é bom mesmo. Quando dei por mim já assinava o feed e recebia todas as atualizações do blog dele no meu e-mail.
         E você deve estar se (me) perguntando: “Quem é ele?” e se você não o conhece mesmo, está um pouco desatualizado. Porque ele se tornou – graças a sua competência e a divulgação de suas leitoras assíduas – um dos maiores sucessos da internet, seu site recebe cerca de 500 mil visitas mensais. E você ainda não o conhece? Tenho o prazer de apresentá-lo: Gaúcho, publicitário, gremista, leitor de Caio Fernando Abreu e Luís Fernando Veríssimo, autor do livro “A manhã seguinte sempre chega” e o feminólogo que assim como os caras do Los Hermanos é apaixonado por uma morena.


“Me diga que está triste, eu consolo. Me diga que nunca foi tão feliz, eu concordo. Me ame ou me odeie. Me mande pra puta-que-o-pariu ou me convide pra ir com você. Exploda na minha cara ou se derreta na minha mão. Deixa eu te ver morrendo de tanto rir ou com vergonha das olheiras de tanto chorar. Só não me esconda o rosto. Me abrace, me esmurre, me lamba ou me empurre. Só não me balance os ombros. Não me perturba assistir tua dor nem acompanhar teu gás.

Te ver mais ou menos realmente me incomoda. Mais ou menos não rende papo, não faz inverno nem verão, não exige uma longa explicação. É melhor estar alegre ou estar triste, mais ou menos é a pior coisa que existe.”

Fragmento de “Mais ou menos”
– A manhã seguinte sempre chega.


Quer saber mais? Segue as resposta dele para as nossas perguntas:

Estouro em Palavras: Creio que você saiba que para nós mulheres os caras como você são um modelo a ser seguido, algo que em minha opinião deveria ser exposto em praça pública pros outros homens aprenderem e entenderem que romantismo nunca sai de moda e que ele não vai ser menos homem por isso, acho que pelo contrário, ele não se arrependerá. Entretanto, caso um dia tiremos a sorte grande e você ou um cara como você apareça na minha vida, ou na vida de alguém que leia essa entrevista, o que um “cara como você” gosta? De mulheres independentes, bem resolvidas, que não ficam ligando todo dia e tal, ou aquela namorada assumidamente romântica, que quer mostrar a você o quanto você é especial pra ela?

Gabito Nunes: Primeiramente, deixo claro que, se existe um conceito por trás da marca "Caras Como Eu", ele é deturpado. Na verdade é apenas o nome do blog de um escritor/contista. Caras como eu apenas fogem de qualquer esteriotipagem proposta na mídia em geral. Gente normal, mas com caráter acima de tudo. Respondendo essencialmente à pergunta, eu gosto de mulher de todos os tipos e sentidos. O fato é que existem mulheres feitas pra estudo de caso, outras pra amar. Em determinado ponto de vista masculino, ela pode ser um ou outro tipo. Eu prefiro as que, em algum nível, precise de mim, me veja como o cara certo. Sou de forte instinto protetor e paternalista, o que acaba sendo mais romântico e old school. Logo, tendo a me interessar pelos tipos mais parecidos comigo. Ademais, pra mim, no fundo não existem mulheres independentes e bem resolvidas. Isso é um rótulo, um lifestyle bonitinho em capa de revista. Na prática a coisa é outra. Mulheres têm uma necessidade de não entregar aquilo que realmente querem. É uma questão de sobrevivência.

EP: Ninguém pode negar que se existe um mistério no mundo, este é conhecido como sexo frágil. Você é considerado um “feminólogo”, como você consegue? Você acha que ser um “feminólogo” tem seus aspectos bons e ruins como tudo na vida? Acredita que isso te ajuda ou prejudica na sua vida?

GN: Essa coisa de feminólogo é uma brincadeira. Eu não sei nada sobre mulheres, nem sobre pessoas. Mas eu me interesso pelo assunto e acabo testando meus conhecimentos fazendo uma série de brincadeiras. Mulher, sobretudo, é um jogo, uma diversão cômica por trás da interface que é sua beleza. Gosto de cutucar, me conectar com o essencial, provocar. Sem dúvida, se interessar pelo além-corpo ajuda na vida a dois, mas não é uma garantia. Mais um fruto natural da vivência. Eu sempre gostei de namorar, de equilibrar o peso e a leveza de ser um par. Tive longos relacionamentos, fui criado por bravas mulheres, sou o único homem que conheço a ter amizades limpas com garotas atraentes. Porém, o "feminólogo" luta contra o respeito excessivo com o ser feminino, é mais passível de ficar pra trás - nice guys finish last - e normalmente se casam antes. Em geral, essa visão macro sobre elas é um presente. Me deixa sempre rodeado de amigas, namoradas, sogras, tias e mulheres de qualquer estirpe. Pra quem gosta da coisa, é bom.

EP: Uma porcentagem da graça da leitura é ficar se perguntando se aquilo descrito nas linhas diante de você é real ou fantasia, vida ou literatura, se é a vida que imita a arte ou a arte que imita a vida, contudo, já li diversas vezes você falando que o que escreve é literatura e não como muita gente fantasia: “Baseado em fatos do cotidiano”. Tendo dito também que o único texto com fundo (ou não apenas fundo) de realidade é o “A Morena e O Moço”. No entanto, já li alguns comentários em que as leitoras se declaram e algumas até lhe pedem em casamento. Como você se relaciona com isso, se diverte ou se preocupa? Já teve alguma fã-leitora que passou dos limites, alguma situação especialmente engraçada que você se lembre?

GN: Eu tinha de tomar uma posição. Ou é tudo sobre mim ou nada. É uma política. Mas é impossível escrever muito e ter vivenciado tudo, assim como é impossível não ter passado por nenhuma situação. Optei pelo nada. E a dúvida mexe com as pessoas e a brincadeira é essa. Quanto a fã-leitora, nossa, eu poderia narrar fatos engraçados e preocupantes sobre como as pessoas projetam e se apegam. As palavras, tanto na literatura como na vida, embriagam, hipnotizam. Existe uma carência geral no mundo e isso produz aberrações. Tive alguns sérios problemas. Já recebi longas cartas de amor de gente que não me conhece falando como se fôssemos colegas de trabalho. De uma esquizofrenia preocupante. Mas depois comecei a escrever textos "auto-destrutivos" e isso foi passando. Hoje, eu dou risada de i-meio mais nonsense. Tudo virou uma grande piada pra mim. Relaxei.

EP: Viver da arte da literatura, sobretudo no Brasil, não deve ser fácil. Onde somos conhecidos como um povo que não lê, você acha que o Brasileiro não lê e que verdadeiramente não é possível viver apenas disso?

GN: O brasileiro não lê e não vê a literatura como diversão, mas como obrigação ou quando precisa de ajuda, de um manual pra viver. Mas eu acho ser possível viver da escrita a partir do momento que você é bom e moderno, antenado, multimídia. Você não precisa ser necessariamente comercial, mas precisa achar seu público, se sobressair, reinventar a coisa.

EP: Você tem alguma outra fonte de renda? Se sim, ela é principal ou apenas complementar?

GN: Sou publicitário e trabalho com consultoria de publicidade online. É minha atividade principal, mas eu sonho tirar grana escrevendo, de alguma forma, explorando meu DNA multifacetado, as possibilidades da web. Eu nunca escrevi pra fora do meu site. Todos os leitores que tenho foram conquistados por ali. Há um mundo de opções.

EP: Pode dar algumas dicas para os jovens blogueiros que encontraram na internet uma forma de se expressar e até de melhorar sua escrita?

GN: A praxe é leia muito, mas não é suficiente. Quem quer ser lido, precisa analisar se gostaria de estar lendo aquilo que escreveu. E faça por gosto, por paixão, não por tristeza, desabafo, comer alguém ou dar recados indiretos às pessoas. Escreva por diversão e busque sempre arrebatar e nocautear seu leitor. E escreva sempre do seu jeito. 

EP: Se o Gabito não é de fato o cara que faz muitas mulheres suspirarem com tudo o que supostamente vive, quem é Gabito? E você, se pudesse, se tornaria - sem tirar nem por - esse personagem?

GN: Pra quem me conhece através dos escritos, sou apenas um escritor. Não me preocupo muito com os rótulos. Existe todo tipo de gente, de leitor, um cabelo na sopa pode ser um cabelo na sopa ou um início de calvície. Cada um te vê de uma maneira e é impossível controlar a opinião alheia. As coisas são muito diferentes fora das linhas. Poucos sabem como realmente sou, no cotidiano, na vida real. E eu não tenho muito interesse em explicar. Deixo cada um fazer sua própria imagem e me divirto com cada coisa que sai. Normalmente para as pessoas, somos espelhos delas mesmas, porém quebrados.

EP: A Morena continua a te inspirar? Podem vir mais textos do moço especialmente para ela? Como anda esse coração?

GN: Ela me inspira todos os dias e existem outros textos integralmente dedicados em off, mas não vou contar. Perde a graça. Hoje, o coração ama. Fato.




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“Faça o que for necessário para ser feliz. Mas não se esqueça que a felicidade é um sentimento simples, você pode encontrá-la e deixá-la ir embora por não perceber sua simplicidade.”

Muito Prazer

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"Eu tenho medos bobos e coragens absurdas.
Eu vivo cercada de pessoas por fora da minha bolha egocêntrica, infantil e sensível.
Eu preciso de sal e açúcar para não virar os olhos de pressão baixa e hipoglicemia.
Escrevo por três motivos simples: preciso aparecer e não sou bonita o suficiente, preciso matar o tempo e preciso não morrer.
Sou fútil, entro em pânico pela moda, mas meto um chinelinho pra parecer desencanada.
Sou romântica, entro em pânico por não ser amada.
Eu vivo à espera daquele momento, mas não sei momento é esse.
Às vezes sinto cheiros e morro de saudades de coisas que já não me lembro mais.
Eu me orgulho de todas as minhas lembranças ingênuas, mas tenho consciência de que foi a minha fragilidade cansada que me transformou numa pessoa irônica.
Eu tenho uma risada escandalosa que me envergonha e uma mania ridícula de imitar a Madonna nas pistas de dança.
Passo metade do dia odiando minha vida e querendo ser sugada pela minha própria insignificância.
A outra metade passo rindo do quanto sou dramática e exagerada.
Eu sei de cor tudo o que tenho que fazer para dar certo, mas tenho medo da responsabilidade de ser notada.
Adoro o toque do telefone que quebra o barulho do abandono, a força leve da caneta no papel que pode transformar tantas coisas e o som do carro chegando na chuva para me salvar.
Às vezes, eu gosto apenas da folha em branco, do silêncio, da noite e da janela fechada, de preferência todos juntos.
Adoro o som de crianças num parquinho.
Acho tudo o que se refere ao amor extremamente brega.
Acho tudo o que não se refere ao amor extremamente infeliz.
Tenho crises de pânico mas nunca tomei nenhum remédio, acho normal que às vezes o ar se despeça do meu mundinho fechado e me faça vagar pela falta de pressão do universo.
Minha mão fica tão gelada e meu coração tão quente que eu pareço um petit-gateau.
Tenho medo de vomitar e não parar nunca mais de vomitar.
De bater a cabeça desmaiada na pia e morrer solitariamente.
Eu cansei de papo furado à luz de velas, eu cansei da ansiedade e da ilusão de princesa.
Eu prefiro um DVD e um pijamão e todas as minhas guloseimas no armário da cozinha.
Mentira. Tudo mentira. Eu corro atrás o tempo todo.
Não vou falar de nada que não seja meu umbigo.
Sou essa mala monotemática mesmo, chata, obsessiva, mas que ama muito mais do que odeia."