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“Deus, põe teu olho amoroso sobre todos os que já tiveram um amor sem nojo nem medo, e de alguma forma insana esperam a volta dele: que os telefones toquem, que as cartas finalmente cheguem… Sobre todos aqueles que ainda continuam tentando, Deus, derrama teu Sol mais luminoso.”

Todo dia é dia de pedir mais

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"A gente podia ser mais tolerante um com o outro. Fazer uma corrente do bem, dos bons pensamentos, da sinceridade, da tribo do romance e da delicadeza. E pedir mais. Muito mais. Mais amor. Mais gente fina, elegante e sincera. Mais contas pagas. Mais unhas fortes. Mais bunda lisinha. Mais coxas firmes. Mais beijos na bochecha, na testa e na boca. Mais beijos de língua. Mais beijos de cinema. Mais gente que cuida da própria vida. Mais liquidação.

Mais bom dia, boa tarde e boa noite. Mais educação. Mais com licença, de nada, me desculpa, obrigada, por favor. Mais livros. E mais leitores. Mais cheirinho de casa limpa e roupa nova. Mais feriado. Mais dias de sol e vento no rosto. Mais outono e primavera. Mais namoro. Mais mãos dadas. Mais abraços acolhedores. Mais conforto. Mais carinho nas costas. Mais massagem nos pés.

Mais dinheiro achado no bolso da calça. Mais água de coco e espumante geladinhos. Mais Pringles e Doritos. Mais shampoo que deixa o cabelo brilhoso. Mais segurança. Mais ar-condicionado. Mais saúde para dar, vender e emprestar. Mais cama boa para deitar. Mais banhos de banheira com espuma. Mais rímel que não borra. Mais calça que não aperta. Mais sapato que não machuca.

Mais soninho depois do almoço. Mais pôr-do-sol. Mais lambida de cachorro. Mais conversa para resolver os problemas. Mais respeito de telemarketing. Mais respeito no trânsito. Mais respeito no condomínio. Mais respeito na fila do banco. Mais respeito. E ponto.

Mais amor ao falar. Mais paciência ao ouvir. Mais cautela ao lidar. Mais roupa bonita no closet. Mais amigos de verdade. Mais sorrisos de verdade. Mais amores de verdade. Mais verdade. E só.

Mais programa bom na televisão. Mais pessoas de boa índole. Mais atenção nas pequenas coisas. Mais decência ao se vestir. Mais silêncio no cinema. Mais condições em hospitais e escolas. Mais noção na cabeça de presidente, governador, prefeito, deputado e vereador. Mais gente ajudando pessoas e bichos. Mais punição para quem faz o mal. Mais chances para quem se mata de tanto trabalhar. Mais criança na escola. Mais pais conscientes. Mais gente que bebe e pega táxi.

Mais amor próprio. Porque antes de amar qualquer coisa ou pessoa você tem que amar você mesmo primeiro."

Mulheres

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"Eu acho que ser mulher é a coisa mais bacana que existe. Nós somos complexas. Levemente malucas. Fofas. Temos obsessões por coisas que só nós entendemos. Morremos de frio quando a temperatura desce míseros graus. E viramos onça, quando preciso.

Somos, na verdade, seres completamente hormonais e emocionais. Nós inventamos a doçura (sabia?). E gostamos de criar (e recriar) por natureza.

É. Eu tenho ORGULHO de ser mulher. E gosto de dizer que JAMAIS queimaria meus sutiãs. Mas existem coisas que me fazem realmente ter inveja dos homens. ACREDITAM?

Primeiro, a facilidade deles em usar qualquer banheiro. Depois, o modo como eles ficam mais charmosos com o passar dos anos. E, por último (e não menos importante), a tal SOLIDARIEDADE MASCULINA. É. É bem aí que eu quero chegar. Parece haver um código de conduta entre os rapazes. Um acordo de auto-preservação. Uma espécie de pacto incondicional, que nasce com os homens junto com o “dito-cujo” e onde nenhum Clube da Luluzinha entra. Bom, pelo menos, não dessa forma.

Ah, como eu admiro os homens por isso! Olho para os tantos segredos que eles guardam de nós e penso: meninas, porque isso não acontece com a gente? Bom, deixe-me explicar. Com as mulheres, a coisa é bem diferente. Nós temos umas poucas - e fiéis - amigas pelas quais matamos e morremos. De resto, é horrível generalizar: mas as mulheres conseguem ser BEM desleais quando querem. É. Invejosas. Criadoras de intrigas. Verdadeiras cobras (bem-vestidas e cuidadosamente maquiadas, claro).

Eu me considero uma fiel defensora da ala feminina. Mas tenho que admitir que, nesse aspecto, os homens dão um banho na gente. Eles são muito mais cúmplices uns dos outros. Mais companheiros.

Meninas, vamos mudar esse quadro? Isso está ficando feio demais para nós. Eu acho lindo quando pergunto, para alguns amigos ou namorado, assuntos que não me dizem respeito e eles não me respondem de jeito nenhum. (Se o mesmo acontecesse com as mulheres, sei que elas contariam tudo para os moços). Talvez seja esse o mal feminino: nós adoramos FALAR. Sentimos que, assim, estamos sendo sinceras, conectadas com a verdade, mesmo que a lealdade com as outras mulheres seja posta à prova.

É, acho que chegamos ao xis da questão: nós, talvez, não tenhamos a mesma solidariedade masculina por um fator meramente cultural. Desde nossas tataravós, somos condicionadas a colocar os homens (pai, irmão ou marido) em primeiro lugar.

Bom, estamos numa era tecnológica. Vivemos numa modernidade EXTERNA inacreditável. Temos uma presidente mulher no poder. E continuamos, por dentro, as mesmas de sempre. O espartilho não nos deixa mais sem ar. Mas a sociedade, sim. E, apesar de nos mostrarmos liberadas e independentes, continuamos medindo nossos valores com o fato de termos – ou não – um bom marido ou namorado. Olha QUE MODERNO!

Bom... Eu não estava falando sobre a solidariedade feminina? É. Parece que quando um homem entra no meio, as mulheres se esquecem do que a gente SEMPRE deveria se lembrar: do feminino. É. E o feminino que mora em mim é o mesmo que mora em todas as mulheres e, que está aí, perdido desde os tempos em que as mulheres fiavam juntas e dançavam em volta das fogueiras. ENTENDERAM?

Por isso, aí vai o meu pedido (que não vai ser fácil nem pra mim, nem pra mulher alguma): vamos pegar o exemplo dos homens e, com isso, SERMOS MAIS MULHERES. Mais unidas. Mais amigas. Colocando o feminino (o nosso feminino), em primeiro lugar.

É, mulheres, chegou a hora de HONRARMOS nossos próprios sutiãs."

Trecho do último capítulo da novela

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"Rodrigo - Ana, minha querida... Dizem que o amor acaba, que o amor termina, mas não é verdade. Nada acaba, tudo dura, continua e se transforma. Enquanto eu aguardava aquela cirurgia mil anos se passaram. As duas estavam lá dentro e eu pensava: se acontecer alguma coisa com elas eu morro. Dizem que passa um filme da nossa vida na nossa cabeça e por isso eu vi: vi vocês duas meninas chegando na nossa casa e nós três juntos, ainda pequenos, em tantos e tantos momentos. Vi você erguendo taças, troféus. Tua imagem na revista: inacessível! Distante da criança que eu era e que você era também. Depois a nossa fuga de casa, e o nosso medo, e a nossa coragem. E o salto sem rede que tantas vezes se chama amor. Vi você indo embora, sendo levada de diferentes formas... Tantas e tantas vezes. E depois vi você voltando. E no fundo dos seus olhos, como em um rio, tudo que a gente não tinha vivido. A partir daí eu me vi dividido entre dois amores, entre duas vidas. Uma que eu estava vivendo e outra que eu jamais tinha podido viver. Durante os meus piores momentos, enquanto eu aguardava naquela sala, como se a doença da nossa filha tivesse me curado, eu entendi que não tinha mais divisão nenhuma. O que tinha sido vivido, o que tinha ficado para trás, tudo, era parte de uma mesma história, de uma mesma vida e de um mesmo sentimento: AMOR. E foi então que eu vi: nós dois juntos, cruzando a fronteira! 

Ana - Como se eu tivesse alcançado a outra margem de um rio. O rio onde a gente se amou pela primeira vez, o rio do meu acidente, mas sempre um rio. E porque naquele momento eu precisava ser forte! Finalmente, sem escapes, eu consegui atravessar aquele rio eterno! Como se em um instante, eu tivesse vivido todos os anos que ainda estavam parados em mim, me esperando. Do outro lado da fronteira, que sem perceber nós já tínhamos cruzado. Uma infância compartilhada, uma adolescência trocada, uma juventude não vivida! Do lado de cá: dois adultos maduros, finalmente libertos daquele fardo pesado: feito de lembranças, de sonhos antigos. Porque há novos sonhos do lado de cá da fronteira! E agora... PODEMOS VIVER!"

Remar. Re-amar. Amar

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"Olha, eu sei que o barco tá furado e sei que você também sabe, mas queria te dizer pra não parar de remar, porque te ver remando me dá vontade de não querer parar também.Tá me entendendo? Eu sei que sim. Eu entro nesse barco, é só me pedir. Nem precisa de jeito certo, só dizer e eu vou. Faz tempo que quero ingressar nessa viagem, mas pra isso preciso saber se você vai também. Porque sozinha, não vou. Não tem como remar sozinha, eu ficaria girando em torno de mim mesma. Mas olha, eu só entro nesse barco se você prometer remar também!
Eu abandono tudo, história, passado, cicatrizes. Mudo o visual, deixo o cabelo crescer, começo a comer direito, vou todo dia pra academia. Mas você tem que prometer que vai remar também, com vontade! Eu começo a ler sobre política, futebol, ficção científica, o que for. Aprendo a pescar, se precisar. Mas você tem que remar também. Eu desisto fácil, você sabe. E talvez essa viagem não dure mais do que alguns minutos, mas eu entro nesse barco, é só me pedir.
Perco o medo de dirigir só pra atravessar o mundo pra te ver todo dia. Mas você tem que me prometer que vai remar junto comigo. Mesmo se esse barco estiver furado eu vou, basta me pedir. Mas a gente tem que afundar junto e descobrir que é possível nadar junto. Eu te ensino a nadar, juro! Mas você tem que me prometer que vai tentar, que vai se esforçar, que vai remar enquanto for preciso, enquanto tiver forças! Você tem que me prometer que essa viagem não vai ser a toa, que vale a pena.
Que por você vale a pena.
Que por nós vale a pena.
Remar.
Re-amar.
Amar."