E Clarice fala por mim…

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“Há momentos na vida em que sentimos tanto
a falta de alguém que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la.
.
Sonhe com aquilo que você quiser.
Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que se quer.
.
Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.
.
As pessoas mais felizes
não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor
das oportunidades que aparecem
em seus caminhos.
.
A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passam por suas vidas.
.
O futuro mais brilhante
é baseado num passado intensamente vivido.
Você só terá sucesso na vida
quando perdoar os erros
e as decepções do passado.
.
A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar
duram uma eternidade.
A vida não é de se brincar
porque um belo dia se morre.”

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As pessoas se encaixam. Elas precisam se encaixar. Já faz um tempo que eu penso sobre isso observando os casais no meu trabalho. Sou cobrador de estacionamento num grande shopping. Fico sete horas por dia sentando numa cabine, atrás de um vidro, recebendo papeizinhos para enfiar numa máquina que verifica o tempo que o carro ficou estacionado. Cobro o valor devido, recebo o dinheiro, dou o troco quando necessário, e devolvo o cartão liberado para sair. É basicamente isso. Não, na verdade é só isso mesmo. O máximo de emoção que acontece é quando alguém perde o papel, aí tem que preencher uma ficha, mostrar o documento, pagar o valor de ticket perdido, geralmente a pessoa reclama, mas pra isso tem meu supervisor pra resolver, eu nem me meto. É ele que eu chamo também quando algum bêbado cisma em não pagar. Mas como eu ia dizendo, as pessoas se encaixam. O fato de não ter muito o que fazer sentado sozinho na cabine fez com que eu tenha começado a prestar bastante atenção nas pessoas que passam por ali todos os dias, e fui reparando como os iguais se procuram. A menininha baixinha de cabelo rosa com saia curtinha e meia até o joelho está sempre acompanhada de um descabelado de jeans e camiseta destonados, calçando um All-Star. O cara de camisa pólo e calça justa com sapato marrom vem acompanhado da namorada com cabelo liso de chapinha, argolas grandes nas orelhas, bastante maquiagem e uma roupa de grife da moda. O que veste uma coisa que não combina com a outra normalmente está acompanhado de uma moça que coloca uma roupa que não fica bem no corpo dela e ela não percebe. Lembro de quando eu estava no colégio e discutia com minhas amigas que os opostos se atraem. Tudo besteira. Nunca vi uma roqueira tatuada acompanhando um executivo com cara de que trabalha na bolsa. Ela no máximo vai estar com um roqueiro que goste de uma banda que ela odeia. Mais que isso não dá. Não encaixa, e as pessoas precisam se encaixar. Eu achava que encaixava com Luzia, minha ex-namorada. Ela trabalha no atendimento ao cliente do shopping. É ela que chama as pessoas pelo microfone central quando alguma criança se perde dos pais, devolve carteiras perdidas, essas coisas. Ela é muito inteligente. Um dia na hora do lanche eu estava caminhando pela praça de alimentação e a vi sentada num banco no canto lendo uma revista dessas de celebridade. A capa era uma atriz que tinha acabado de casar e já tava separando. Sentei numa mesa que dava pra olhar pra ela meio escondido e até esqueci do meu sanduíche. Uma hora ela levantou os olhos na minha direção e sorriu. Fiquei vermelho, desconcertado, achei que estava sendo discreto, e morrendo de vergonha me levantei e fui até ela. Perguntei se podia sentar. Pode, claro. ela respondeu meio sem graça. Desculpe. eu disse. Pelo que?, ela. Por ter ficado te olhando tanto, eu. Você estava me olhando? Estava. Eu não reparei. Jura? Ela não estava rindo de mim, era do motivo da separação da tal atriz. O marido não era artista também, eles disseram que não dava pra conciliar as agendas, pá, acabou. É, eles não encaixaram, eu sorri. Ela correspondeu. Ficamos papeando mais vinte minutos até o fim do nosso horário de descanso e marcamos de sair uma outra hora. Foi ótimo. Ela gostava dos mesmos filmes de comédia com o Eddie Murphy que eu, se amarrava nos programas de auditório do Silvio Santos, jogava toda semana na mega-sena. A gente saia pra passear de mãos dadas no parque nas nossas folgas e eu me sentia muito feliz. Um dia, sem mais nem menos, Luzia me disse que não queria mais. Por que?, eu perguntei. Não sei, preciso viver coisas diferentes, ela me disse. Diferentes como?, eu quis saber. Eu não posso viver isso com você?, insisti. Ela não me disse mais nada. Apenas abaixou a cabeça e chorou baixinho segurando minha mão. Chorei também. Dali pra frente não nos falamos mais no shopping nem em lugar nenhum. Ela evita passar pela minha cabine, eu não vou mais na praça de alimentação. E eu descobri que ser feliz e entender alguém não basta pra encaixar. É alguma coisa além disso. Luzia e eu não éramos tão perfeitos como eu achava. E desde então eu fico aqui sentado recebendo os papeizinhos, olhando pros outros e tentando entender o porquê de certas colas darem certo. Talvez um dia eu descubra. E acho que eu vou, sim. Saber o que não vai funcionar até parece fácil, mas e o que vai? Deve ter alguém aí fora que encaixe comigo. Todo mundo precisa encaixar com alguém.

Trechos do livro 'O Pequeno Príncipe'

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“Andando, o principezinho encontrou um jardim cheio de rosas.
Contemplou-as... Eram todas iguais à sua flor. E deitado na relva, ele chorou...
E foi então que apareceu a raposa.

- Vem brincar comigo, propôs o principezinho. Estou tão triste...

- Eu não posso brincar contigo, disse a raposa. Não me cativaram ainda.

- Que quer dizer "cativar”?

- ...É uma coisa muito esquecida. Significa criar laços... Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. Eu não tenho necessidade de ti e tu não tens necessidade de mim. Não passo a teus olhos de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas se tu me cativas, teremos necessidade um do outro. Serás para mim, único no mundo. E eu serei para ti, única no mundo. Minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. O teu passo me chamará para fora da toca, como se fosse música. A gente só conhece bem as coisas que cativou.

.- Que é preciso fazer? Perguntou o principezinho...

- É preciso ser paciente. Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal - entendidos. Cada dia te sentará mais perto... Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde às três, eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for chegando, mais eu me sentirei feliz.
Às quatro horas, então, estarei inquieta e agitada: descobrirei o preço da felicidade!

Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, quando chegou a hora da partida, a raposa disse:

- Ah! Eu vou chorar... A gente corre o risco de chorar um pouco, quando se deixou cativar. E acrescentou:

- Vai rever as rosas. Tu compreenderás que a tua, é a única no mundo. É simples, o segredo: só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos. Foi o tempo que perdeste com tua rosa, que fez tua rosa tão importante. Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas. Tu és responsável pela rosa...

- O essencial é invisível para os olhos!!!”

Para um menino com uma flor

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Acabo de chegar em casa e ver tudo diferente. Ainda estou fechando os olhos e tentando encontrar a parte mais quente das suas costas. Ainda estou com este riso bobo na cara, matando a saudade de ter quinze anos e uma vida linda pela frente. Pode ser mesmo que isso passe, pode ser que amanhã eu acorde e você tenha ido embora. Ainda assim, ainda que amanhã chegue para estragar tudo, poder chegar em casa e ver tudo diferente já são milhões de quilômetros rodados. Zilhões. Você não sabe, nem sonha, mas você acaba de zerar minha vida. Minha vida era acordar todos os dias e sentir aquele gosto de merda na boca. Minha vida era vestir a armadura e relembrar com dor pela milésima vez todos os últimos podres de todas as pessoas podres que passaram ultimamente pela minha vida. Você acaba de zerar tudo. Com a parte mais quente das suas costas, com o seu medo de beijo na orelha e com o seu jeito de se desculpar por falar demais e balançar os pés, você acaba de me salvar. Este texto é pra te falar uma coisa boba. É pra te pedir que não tenha medo de mim. Sabe esses textos que eu publico aqui falando putaria? Sabe esses textos falando que eu sei disso e sei daquilo? Eu não sei de nada. Eu só queria ser salva das pedras, eu só queria aprender a pegar carona nas ondas. Eu só queria que isso que eu tô sentindo agora durasse mais de uma semana. Eu só queria poder chegar em casa e ver tudo diferente. Ver tudo bonito. Ver tudo como de fato é. E você salvou minha vida. O mundo está lindo. Não tenha medo de mim. Eu só queria que esta minha vontade de perdoar o mundo durasse. Hoje eu não odiei o Bradesco, a Vivo, meus pais, o IPTU, a mulher que divide a vaga do prédio comigo, o motoqueiro que me manda ir mais para o lado, a garota que fala caipira, aquele cara que você sabe quem é. Hoje eu não odiei nada nem ninguém. Eu apenas fiquei lembrando, a cada segundo, que você se desesperou pra encontrar meu brinco de coração. Você quis encontrar meu coração pequenininho no escuro. E você encontrou. E você salvou meu dia, minha semana. E salvar meu dia já são zilhões de quilômetros. Você é meu herói. Não tenha medo deste texto. Não tenha medo da quantidade absurda de carinho que eu quero te fazer. Nem de eu ser assim e falar tudo na lata. Nem de eu não fazer charme quando simplesmente não tem como fazer. Nem de eu te beijar como se a gente tivesse acabado de descobrir o beijo. Nem de eu ter ido dormir com dor na alma o fim de semana inteiro por não saber o quanto posso te tocar. Não tenha medo de eu ser assim tão agora. Nem desse meu agora ser do tamanho do mundo. Eu estou tão cansada de assustar as pessoas. E de ser o máximo por tão pouco tempo. E de entregar tanta alma de bandeja pra tanta gente que não quer ou não sabe querer. Mas hoje eu não odeio nenhuma dessas pessoas. E hoje eu não me odeio. Hoje eu só fecho os olhos e lembro de você me pedindo sem graça para eu não deixar ninguém ocupar o lugar da minha canga. Tudo o que eu mais queria, por trás de todos esses meus textos tão modernos, sarcásticos e malandros, era de alguém que me pedisse para guardar o lugar. Tá guardado. O da canga e de todo o resto. Talvez você pense que não merece este texto. Há quanto tempo mesmo você me conhece? Algumas horas? Mas você merece sim. Hoje, depois de muito tempo, eu acordei e não me olhei no espelho. Eu não precisei confirmar se eu era bonita. Eu acordei tendo certeza. Não tenha medo. Eu sou só uma menina boba com medo da vida. Mas hoje eu não tenho medo de nada, eu apenas fecho os olhos e lembro de você me dando aquela flor velha, fazendo piada ruim às sete da manhã, me lendo no escuro mesmo com dor de cabeça.



Eu posso sentir isso de novo. Que bom. Achei que eu ia ser esperta pra sempre, mas para a minha grande alegria estou me sentindo uma idiota. Sabe o que eu fiz hoje? As pazes com o Bob Marley, com o Bob Dylan e até com o ovomaltine do Bob's. As pazes com os casais que se balançam abraçados enquanto não esperam nada, as pazes com as pessoas que não sabem ver o que eu vejo. E eu só vejo você me ensinando a dar estrela. Eu só vejo você enchendo minha vida de estrelas. Se você puder, não tenha medo. Eu sou só uma menina que voltou a ver estrelas. E que repete, sem medo e sem fim, a palavra estrela no mesmo parágrafo. Estrela, estrela, estrela. Zilhões de vezes.


-


O que faz você feliz?

comente!
A lua, a praia, o mar
uma rua, passear
um doce, uma dança, um beijo
ou goiabada com queijo?

Afinal, o que faz você feliz?
Chocolate, paixão
dormir cedo, acordar tarde
arroz com feijão, matar a saudade
o aumento, a casa, o carro que você sempre quis
ou são os sonhos que te fazem feliz?

Dormir na rede, matar a sede
ler, ou viver um romance?
O que faz você feliz?
Um lápis, uma letra, uma conversa boa
um cafuné, café com leite, rir a toa
um pássaro, um parque, um chafariz
ou será um choro que te faz feliz?
a pausa pra pensar…
sentir o vento, esquecer o tempo.

O céu, o sol, um som
a pessoa ou o lugar?
Agora me diz,

O que faz você feliz?

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Eu reconheço que sou viciada em fazer blogs.
Tenho outros dois(links ao lado), mas nem sempre os atualizo.
Com esse vai ser diferente.


A idéia de criar esse veio durante uma conversa com uma amiga(a Joyci, minha parceira tmb nesse blog), estávamos conversando sobre frases e textos da Tati Bernardi e do Caio Fernando Abreu.

Nesse blog postarei frases, poesias e textos que eu li e gostei. Também aceitarei ajuda e dicas de textos pra postar aqui.

Posso garantir que vocês lerão muitos textos bonitos aqui(modeeeeesta).

Beijos Mil,
Dany.