Ao meu herói

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"A figura de herói é muito vista nas telas dos cinemas e nas revistas de quadrinhos espalhados por todo o mundo, são seres invencíveis e muitas vezes com poderes especiais que lutam para salvar o universo do mal que nele existe. O mal de fato existe, mas e os heróis? Eu não os vejo, eles são frutos da criatividade de pessoas que eu não conheço e provavelmente nunca conhecerei. Os heróis que todas as pessoas aplaudem, admiram, colecionam objetos referentes a eles e mil outras coisas, não existem e acabam no mesmo instante que a luz dos cinemas volta a acender, seus criadores ganham muito dinheiro com isso, não os condeno, contudo você há de convir comigo de que eles são uma mentira e mentiras não me valem de nada. O que quero dizer é que herói não é isso, para mim, ser herói é ser alguém como você, de carne e osso, ou posso até dizer – todo coração.
            Você não é herói porque salvou o dia, o mês, o ano, ou a vida de boa parte do mundo e sim, porque você salvou os meus dias, meses e anos, você salvou a minha vida e ensinou-me a ser como deveriam ser os heróis – humana. Aprendi com a sua presença na minha vida que os erros existem, podem ser perdoados e auxiliam no crescimento, que não teremos tempo para cometer todos os erros do mundo e com isso, deveríamos ao menos tentar aprender com o erro alheio. Você é responsável pelo meu caráter, pelo meu jeito (quase) único de enxergar as coisas e pela mania de acreditar que sempre existe algo de bom dentro de cada um. Com você aprendi a sonhar e principalmente a lutar por aquilo que eu acredito.
            Acredito que todas as pessoas seriam mais felizes se tivessem um herói como eu tive, que não é capaz de combater todo o mal do mundo e exterminá-lo para todo o sempre, entretanto eu sei que você estará aqui ou em qualquer lugar do mundo quando eu precisar, ajudando-me a recolher todos os pedaços do meu coração e a reconstruir mais uma vez aquilo que fora destruído. Carrego-lhe dentro do peito, pois você é humano, logo mortal, você pode até morrer, você será enterrado ou cremado, porém tudo o que você passou para mim a cada dia de convivência permanecerá em mim até o fim de minha existência.
            Algumas vezes eu cometi alguns erros na vida, no entanto nunca consegui ir contra os meus princípios, preceitos que trago comigo porque você me ensinara assim. Como todas as pessoas, sinto-me segura por acreditar em herói, embora ao contrário de todas elas eu ainda possa bater no peito dizendo o quão inexplicável é poder dizer que o meu herói não é super, mas é tangível e não é fruto de uma imaginação demasiadamente fértil. E nem toda a criatividade do mundo seria capaz de colocar em palavras a imensa admiração que tenho por você, pelo seu jeito herói de ser humano e seu jeito humano de ser herói.



                                                                       Com todo o meu carinho e admiração."

— Joyci Dias

#FelizDiaDosAmigos

comente!
"Quem tem um amigo
tem com quem rir
tem pra quem chorar
tem pra onde fugir

quem tem um amigo
divide a casa
a conquista
a conta
a lágrima

quem tem um amigo
não se sente só
tem sempre um lugar
e desfaz o nó

quem tem um amigo
sabe o que é viver
manda embora o medo
supera o sofrer

quem tem um amigo
tem como se encontrar
oferece o melhor colo
e sabe o que é amar."


 — Clarissa Corrêa

Recordação

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"Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não?

"Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado", ele disse, me olhando pelo retrovisor. Fiquei sem reação: tinha pegado o táxi na Nove de Julho, o trânsito estava ruim, levamos meia hora para percorrer a Faria Lima e chegar à rua dos Pinheiros, tudo no mais asséptico silêncio, aí, então, ele me encara pelo espelhinho e, como se fosse a continuação de uma longa conversa, solta essa: "Hoje a gente ia fazer 25 anos de casado".

Meu espanto, contudo, não durou muito, pois ele logo emendou: "Nunca vou esquecer: 1º de junho de 1988. A gente se conheceu num barzinho, lá em Santos, e dali pra frente nunca ficou um dia sem se falar! Até que cinco anos atrás... Fazer o que, né? Se Deus quis assim...".

Houve um breve silêncio, enquanto ultrapassávamos um caminhão de lixo e consegui encaixar um "Sinto muito". "Obrigado. No começo foi complicado, agora tô me acostumando. Mas sabe que que é mais difícil? Não ter foto dela." "Cê não tem nenhuma?" "Não, tenho foto, sim, eu até fiz um álbum, mas não tem foto dela fazendo as coisas dela, entendeu? Que nem: tem ela no casamento da nossa mais velha, toda arrumada. Mas ela não era daquele jeito, com penteado, com vestido. Sabe o jeito que eu mais lembro dela? De avental. Só que toda vez que tinha almoço lá em casa, festa e alguém aparecia com uma câmera na cozinha, ela tirava correndo o avental, ia arrumar o cabelo, até ficar de um jeito que não era ela. Tenho pensado muito nisso aí, das fotos, falo com os passageiros e tal e descobri que é assim, é do ser humano, mesmo. A pessoa, olha só, a pessoa trabalha todo dia numa firma, vamos dizer, todo dia ela vai lá e nunca tira uma foto da portaria, do bebedor, do banheiro, desses lugares que ela fica o tempo inteiro. Aí, num fim de semana ela vai pra uma praia qualquer, leva a câmera, o celular e tchuf, tchuf, tchuf. Não faz sentido, pra que que a pessoa quer gravar as coisas que não são da vida dela e as coisas que são, não? Tá acompanhando? Não tenho uma foto da minha esposa no sofá, assistindo novela, mas tem uma dela no jet ski do meu cunhado, lá na Guarapiranga. Entro aqui na Joaquim?" "Isso."

"Ano passado me deu uma agonia, uma saudade, peguei o álbum, só tinha aqueles retratos de casório, de viagem, do jet ski, sabe o que eu fiz? Fui pra Santos. Sei lá, quis voltar naquele bar." "E aí?!" "Aí que o bar tinha fechado em 94, mas o proprietário, um senhor de idade, ainda morava no imóvel. Eu expliquei a minha história, ele falou: Entra'. Foi lá num armário, trouxe uma caixa de sapatos e disse: É tudo foto do bar, pode escolher uma, leva de recordação'."

Paramos num farol. Ele tirou a carteira do bolso, pegou a foto e me deu: umas 50 pessoas pelas mesas, mais umas tantas no balcão. "Olha a data aí no cantinho, embaixo." "1º de junho de 1988?" "Pois é. Quando eu peguei essa foto e vi a data, nem acreditei, corri o olho pelas mesas, vendo se achava nós aí no meio, mas não. Todo dia eu olho essa foto e fico danado, pensando: será que a gente ainda vai chegar ou será que a gente já foi embora? Vou morrer com essa dúvida. De qualquer forma, taí o testemunho: foi nesse lugar, nesse dia, tá fazendo 25 anos, hoje. Ali do lado da banca, tá bom pra você?""

Tela Vazia

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"Estou achando tão difícil me expressar. Fico olhando pra tela em branco com ar de boba. E NADA. Nenhuma frase coerente. NADA. E no meio das inúmeras tentativas em que eu tento – em vão – escrever, me antecipa aquela saudade esquisita, que não vai embora nunca… E a saudade fica martelando na minha cabeça, me dá uma espécie de aperto no peito e eu fico rindo e imaginando que, com certeza, se você estivesse aqui, você diria que era melhor eu consultar um médico ou coisa parecida. Mas você não está aqui. E a tela vazia me desafia e eu digito três ou quatro letras aleatórias para passar o tempo e depois aperto o backspace rápido e sumo com tudo. Como se a sensação que eu sinto pudesse sumir feito mágica. Mas, não. Para a saudade não existe backspace. Não existe delete, não existe tecla para trazer a presença. Só existe você, do outro lado do oceano, fazendo cenas (mil cenas!)… E me deixando aqui: muda. Literalmente sem palavra. Sem espaço. Sem texto."

Fulanização

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"Às vezes, um amigo nosso aparece com um sorriso perimetral no rosto. A pele mais macia. Conta uma piada depois da outra e paga duas rodadas de chope. É o efeito “nova namorada”. Assim que ele sai mais cedo que o usual – pois agora não vê a hora de ligar para a gata – inicia a Rádio Fulana. Afinal, como a fulana conseguiu amarrar o camarada?

Poderia dizer que são sintomas de inveja, sensação de perda de um parceiro ou uma solidão acostumada, típica de solteiros de carteirinha. Mas eu chamo de fulanização. Quando a garota tem um papo esperto, uma pele apessegada, um pai dono de empresa e um celular congestionado de mensagens, a compreensão fica fácil. Ela é uma joia ambulante, com pernas sinuosas. Quando não preenche os requisitos para protagonizar Malhação, fulanizamos ela. Fulanizar é não padronizar, não conseguir defini-la em uma palavra. Gostosa! Espetáculo! Miss! Nada disso, é só a fulana.

Os fulanizadores são pessoas que, antes de pegar na mão de alguém, casar ou se reproduzir, precisam saber se é possível duas pessoas viverem apaixonadas para sempre. Ou portam uma compulsão de se dar apenas a quem cabe no seu sonho. O que eles não se deram conta, é que só vale a pena se amarrar em alguém que goste de você exatamente do jeito que é. Como o camarada, que venera a fulana por seus atributos secretos.

E como ela conseguiu amarrar ele? Simples. Nenhum amigo de bar enxerga que a insegurança dele combina com a vontade de cuidar das pessoas que ela tem. Que ambos querem ter uma filha um dia, e até pensaram no mesmo nome. Que ela prefere fazer amor sábado à noite ao invés de frequentar lugares fechados. Ele vê que ela se preocupa quando ele trabalha até tarde ou demora para chegar. Que os dois gostam de vinho demi-sec, curtem voleibol, cachorro-quente de carrocinha e a novela das oito. Que ela ri quando ele gagueja em uma discussão, não se importa dele ser meio calado e reconhece nele um cara engraçado e carinhoso.

Ela é aquilo que ninguém vê. E tudo aquilo que ele gosta. No mesmo frasco, atrás do rótulo. E respondendo aos fulanizadores, é possível viver um longo período entusiasmado ao lado de alguém. Basta não relacionar-se com estereótipos, mas sim com aquele que sinta a mesma emoção em contemplar o mar ou olhar no fundo dos seus olhos. Com quem gosta de você como é vale a pena se amarrar. Por tempo indeterminado."

Bate-papo culturete com: Mariana Sampaio

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Mariana Sampaio, blogueira.

Que livro te fez rir? E qual te fez chorar?
Rir, eu não me lembro, mas chorar foi o Madeleine

Com qual personagem ou autor gostaria de conversar por horas a fio?
Harlan Coben

Um livro que você não dá nem empresta?
Não tenho esse apego. Adoro saber que as pessoas estão lendo e empresto meus livros sem problema. Mas tem que devolver hahaha.

Qual seu livro favorito?
Todos que tenham histórias de suspense. Adoro.

Em qual lugar você gosta de ler?
Na minha cama

Quantos livros você tem? Qual o autor que você tem mais livros?
Não tenho ideia, mas tenho muitos e de autores variados.


O que estou...

... lendo – Não Conte a Ninguém, Harlan Coben

... ouvindo – Muita MPB

... vendo – Não vejo muita tv, mas assisto bastante filmes.


Para aqueles que ainda não conheciam a Mariana, eis aqui a página no facebook e também o blog dela.

Se quer mesmo saber de mim

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"O que eu sou não lhe diz respeito, em parte nenhuma lhe toca. Nasci para poucos e morro por quase ninguém. Contradigo-me em passos de dança invisíveis, enlaçando pernas e prendendo bocas, querendo muito e gostando tão pouco. Não é insatisfação ou sofrimento, é só um tudo ao mesmo tempo agora que não respeita amor de menos, não aceita um gostar pouquinho e querer às vezes. Uma intensidade que não se conforma com noites únicas de começo, meio e fim. Se estou aqui é pela música, pela companhia, pra me perder. Jamais pra desperdiçar uma noite com quem não sabe conversar.
Não me pergunte o que eu faço da vida, isso é banal, é triste, é comum. Queira saber o que me faz feliz, meu ponto fraco pras cócegas. Não pergunte o que me dá dinheiro, porque este é o menor dos meus sucessos. Esqueça meu nome verdadeiro, se eu venho sempre aqui, se estou gostando da música. Agir sem naturalidade é o seu maior fracasso.

Se é mesmo importante que eu responda as perguntas que tanto desprezo, se definir o que sou vai te fazer mais feliz, se quer mesmo saber de mim, comece pelas entrelinhas. Pelo não dito. Pelo movimento dos cílios e as pupilas dilatadas, os olhos nervosos que não se fixam, o modo de apoiar o peso do corpo em uma das pernas e me preocupar com o cabelo. Olhe para as mãos que não sabem repousar e a voz que desafina. Por favor, sou tão ridiculamente fácil de decifrar e ainda insistem em seguir pelo caminho errado. Exponho-me tanto e ainda querem uma cartilha.

E fazem isso porque amam de relance, querem no momento e só por desafio. Porque têm preguiça ou medo de cumplicidade e acreditam perder a noite se optarem por se apaixonar pelo próprio ego. Porque perdem oportunidades de se calarem quando é papel dos olhos falar.
É por isso que eu estou sozinha nesse mundo de luzes e pessoas. É por isso que eu saio de casa e minha roupa não precisa agradar ninguém além de mim. Porque não deixo o calor da minha rotina pra ser prenda em vitrine.

O que eu sou não lhe diz respeito, em parte nenhuma lhe toca. Mas se quiser mesmo saber de mim, experimente não me perguntar. E talvez assim desperte minha vontade de contar."

A hora certa de me apaixonar

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"Você me aconteceu em uma quinta-feira cinzenta, movimentada e corrida. Nada parecido com as comédias românticas que eu costumava assistir. E foi me conquistando aos pouquinhos. Primeiro, com seus gostos tão parecidos com os meus. Depois, com seu jeito carinhoso de me mostrar seu ponto de vista. E, por último, para me ganhar de vez, usou toda a sua capacidade de provar para o mundo a força da palavra amizade.

Com você eu não achei que era amor. Eu já tinha achado que era amor outras vezes, estava tentando evitar a palavra. Achei, uma vez, que era amor em um sorriso galanteador, desses que você esbarra e perde o ar. Olhei para o dono do sorriso e pensei: tô pronta. Óbvio que eu não estava pronta. Mas eu achei, como sempre, sempre acho. Achei que o amor ia aparecer naquele sorriso, que eu ia ser feliz como nos contos de fadas, coisa e tal. Não ia. A graça do sorriso passou no primeiro beijo.

Depois foram uns olhos azuis que achei que iam me ganhar. Tão bonitos, desses que parecem com o oceano. Achei que eram eles. E eles me olharam. E eu pensei: é agora! De novo, eu achei. Que tinha aparecido, finalmente. O tal cara da minha vida, que sempre falavam. O tal do cara certo, aquele que ia mudar tudo por aqui. Mas não era. Não era o cara, nem a hora.

Você não. Você apareceu enquanto eu não estava olhando. Apareceu enquanto eu estava concentrada em ler um livro, cortar o cabelo, fazer um novo curso, conhecer um novo bar, assistir a um novo filme. Você me apareceu enquanto eu olhava para todos os outros lados, sem, na verdade, procurar nada. E, de relance, distraída e despretensiosa, acabei achando: você.

Você e o seu sorriso sem grande coisa. Você e seus olhos castanhos. Você e sua normalidade. Você e sua loucura. Você e sua mania de ser lindo ao não ser o cara mais bonito do mundo. Você e suas palavras sinceras. Você e seu jeito admirável de ser fiel, leal, justo, inteligente e humilde. Você e suas frases de apoio, sua força, seus risos e sorrisos. Você e seus defeitos, suas falhas, suas faltas, seus buracos e suas ausências. Você e a lição de que não há por que esperar que seja a hora de viver um grande amor. Porque, depois que você surgiu, eu aprendi que o amor de verdade é mil vezes maior do que eu podia imaginar. E aparece sem aviso, sem hora marcada, sem perguntar “tá preparada?”. Acho, sei lá, que o amor de verdade é um tapa na cara que te acorda pra vida. Tipo você. Que, sem que eu percebesse, me ensinou o que era o amor."

Pois é, cansei.

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"Sabe quando você se cansa? Cansa de você mesmo. Das atitudes que não toma. Dos 'nãos' que nunca consegue dizer. De saber que é hora de recomeçar, mas não faz nada pra que isso aconteça. De saber que já passou da hora de esquecer certas coisas. Cansa de deixar que façam e que falem o que bem entendem sobre você. De ver tanta falta de bom senso e preferir calar. Cansa de ouvir aos outros ao invés de seguir a sua própria intuição. De sempre fazer a vontade dos outros. Cansa de esperar que a sua vez enfim chegue. De esperar que as coisas melhorem, que as coisas finalmente aconteçam pra você. Sabe quando você cansa de esperar por alguém que você sabe que não vai voltar? É, eu tô cansada..."

Sobre encontrar

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"Vontade de me apaixonar, de ser vencida por um olhar,
de ser roubada por uma mão que me pega na cintura,
de ver alguém me descobrindo com ar de surpresa,
de perder o raciocínio para o pensamento em alguém,
de não enxergar distância entre os dois lados da cidade,
de me arrumar por algum motivo a mais que o trabalho,
de ter disposição para encontrar músicas novas,
de ler uma poesia e saber que seria possível vivê-la,
de encontrar alguma graça em passar pelo domingo,
vontade de ser encontrada em uma multidão de vazios,
vontade de que fosse agora e para sempre.
Preciso te achar desesperadamente
e é tão pouco e quase próximo...
o que nos separa são os encontros."

A Cabana – William P. Young

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Nome: A Cabana
Autor(a): William P. Young
Editora: Sextante
Páginas: 240
ISBN: 9788599296363

"A filha mais nova de Mackenzie Allen Philip foi raptada durante as férias em família e há evidências de que ela foi brutalmente assassinada e abandonada numa cabana. Quatro anos mais tarde, Mack recebe uma nota suspeita, aparentemente vinda de Deus, convidando-o para voltar aquela cabana para passar o fim de semana. Ignorando alertas de que poderia ser uma cilada, ele segue numa tarde de inverno e volta a cenário de seu pior pesadelo. O que encontra lá muda sua vida para sempre. Num mundo em que religião parece tornar-se irrelevante, "A Cabana" invoca a pergunta: "Se Deus é tão poderoso e tão cheio de amor, por que não faz nada para amenizar a dor e o sofrimento do mundo?" As respostas encontradas por Mack surpreenderão você e, provavelmente, o transformarão tanto quanto ele."


A Cabana é uma obra que todo ser humano deveria ter obrigação de ler, isto porque não é apenas uma história, mas, sim, uma lição de vida de como devemos manter um relacionamento de confiança e harmonia com Deus, Jesus e o Espírito Santo, ensinando ao leitor quais são os princípios de fé, santidade e julgamento ao próximo.

A obra de William P Young, primeira colocada na lista dos livros mais vendidos nos Estados Unidos, segundo o jornal The New York Times, e segunda obra mais lida no Brasil, ficando atrás apenas de Crepúsculo, é uma verdadeira lição de como mantermos fidelidade e confiança em Deus, mesmo quando seu brilho estiver tremeluzido em nossos corações.

A história gira em torno de Mackenze Allen Phillips, um pai de família totalmente apaixonado por sua esposa, que tem a responsabilidade de educar cinco filhos sem poder falhar, isso porque, em sua infância, Mackenzie passou pelo trauma de ser espancado por seu pai, um homem totalmente entregue ao vício da bebida, e não queria, de maneira alguma, passar a mesma imagem aos seus filhos.

Contudo, em uma viagem bucólica, algo inesperado mudou totalmente o sentido da vida deste homem. Sua filha mais nova, Missy, foi seqüestrada e assassinada por um maníaco de garotas. Em uma incessante procura ,com a ajuda da polícia, por algum vestígio de sua pequena , Mack encontrou o vestido que sua filha usava no dia do sequestro, em uma cabana abandona.
Mackenzie se considerava o verdadeiro culpado pelo ocorrido e entrou em uma depressão profunda, chamada de Grande Tristeza. Este triste período fez com que sua relação com Deus se tornasse algo inexpressível em sua vida, pois o grande senhor nada havia feito para evitar aquela tragédia, e sua santidade havia se tornado um conceito frio e estéril.

Após três anos e meio da morte de Missy, Mack recebe um bilhete com a assinatura de Papai, modo carinhoso que sua esposa usava para se referir a Deus, com a seguinte frase: Já faz tempo. Senti sua falta. Estarei na cabana no fim de semana que vem, se você quiser me encontrar. Papai.

No começo, Mack imaginava que isso seria apenas uma uma brincadeira de mau gosto, todavia não conseguia parar de pensar no bilhete, então decidiu ir até à cabana onde sua filha havia sido brutalmente assassinada.

Depois de fazer uma estafante viagem durante uma noite negrume, Mack chegou à velha cabana e se deparou com o mesmo cenário que havia lhe proporcionado a cena mais triste de sua vida, virou as costas e foi embora, insultando Deus de todas as formas possíveis. Entretanto, um vento forte fez com que ele virasse e reparasse, totalmente aparvalhado, com o cenário mais deslumbrante que já havia visto...

Não acreditando que aquele cenário poderia ser tangível, Mack se aproximou e adentrou-se à cabana. Sem palavras para descrever o que estava acontecendo, o homem encontrou três pessoas dentro do recinto: Deus, Jesus e seu Espírito Santo, todos representados por um estereótipo totalmente diferente que Mack imaginava.

Daí por diante, começa um enredo indescritível, por isso, apenas aconselho todos a lerem esta obra magnífica.

Essa é uma resenha de: Rosângela Costa 

Tchau, manga

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"Juntei todas as minhas forças, e mais algumas que peguei emprestadas de amigos, gurus e santos, e disse adeus à única coisa que realmente me dava alegria nesta vida.

Claro que eu adoro meu apê, minha cachorra, meu trabalho, meus amigos, meus livros, viagens, músicas. Tenho uma vida ótima. Mas nenhuma dessas coisas se comparava ao prazer que eu tinha ao ouvir o barulhinho de uma mensagem dele chegando. Ou de quando o porteiro dizia seu nome e o meu coração disparava tanto que eu tinha medo de morrer antes de o elevador abrir a porta. 

E olhar para ele, com o seu sorriso misturado de pior e melhor pessoa do mundo. E olhar o brilho dos seus olhos sem saber se vinha da alma ou da lente de contato. Enfim: olhar e me sentir errando tanto e acertando muito. Isso tudo fazia valer os últimos dez, quinze ou quarenta dias sem saber se ele estava ou não vivo. Era um jogo estúpido, mas o brindezinho que eu ganhava no final justificava os dias de luta perdida.

Mas aí resolvi começar o ano fora dessa palhaçada. Essa não parece a história de uma mulher esperta ou que merece uma história melhor. Quem pode cobrar da vida uma história de verdade se fica alimentando uma coisa desse tipo? Chega. 

Sempre me gabei de nunca ter sido usuária de nenhuma droga e nem ao mesmo ter experimentado cigarro ou ter dado trabalho com bebedeiras. Sempre fui saudável além da conta. Até que me caiu a ficha de que ele era pior do que cocaína. Pior porque morenos bonitos e cheirosos são bem mais interessantes do que um pozinho branco que corrói o nariz. E melhor porque no dia seguinte o efeito “mulher maravilha acha que sabe voar” continuava. Não existia depressão, não existia abstinência. A esperança de que ele ligasse ou aparecesse ou ficasse para sempre fazia a vida ser boa não importasse a espera.

Mas mais uma vez eu pergunto: essa parece a história de uma mulher esperta e que merece receber da vida uma companhia bacana, madura, profunda e para a vida? Não. Óbvio que não.

Por isso, com muito custo, chacoalhei minhas mangas. E só eu sei o quanto doeu ver a melhor coisa do mundo indo embora. Doeu um, dois dias. No terceiro, a melhor coisa do mundo virou a melhorzinha. Que virou a décima melhor. Que não virou nada. Tanto medo de não conseguir parar de fumar e no fim a gente descobre que realidade esfumaçada só dá bafo e dor no peito.

*-*

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"Só há uma forma de se estar perto
quando se está muito longe:
se fecha os olhos, bem forte,
e pensa e deseja muito, muito, muito
estar juntinho de quem ama.
Porque no amor tem dessas coisas
....a gente só não pode abrir os olhos
....a gente só não pode deixar de acreditar."

Dando um chega pra lá no romantismo

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"Eu acreditava. Na verdade, sempre acreditei. Eu acreditava em romance, amor eterno, amor da vida, gente que fica juntinha até depois do fim. Eu acreditava em príncipes, princesas, contos de fadas, mundo cor de rosa. Sabe, eu sempre acreditei nessas coisas. Até que.

Tem coisa que não volta, por mais que a gente queira. Você pode até tentar voltar o disco, repetir a música, insistir na letra, cantar o mesmo refrão por mil e um minutos, fechar os olhos. Tem sentimento que não volta. Mesmo que você se esforce, recorde, tente voltar a página, refrescar o coração. Alguns sentimentos são bem pontuais: chegam, esperam pra ver se devem ficar e decidem partir ou continuar.

Tem música que não volta. Tem som que não volta. Tem amor que não volta. Tem momento que não volta. Tem palavra que não volta. Tem grito que não volta. Tem silêncio que não volta. Tem beijo, tem abraço, tem oportunidade, tem tempo, tem até vida que não volta. E tem a gente que se perde no meio de tudo isso, com um coração cheio de sentimentos, uma cabeça cheia de sonhos e uma realidade cheia de tristeza.

Tenho visto coisas tão feias. Pessoas pequenas. Histórias que parecem não existir. Mas elas existem, sim. Não faziam parte do meu mundo encantado, mas existem. Não sou uma pessoa muito boa para dar conselhos, pois sempre sigo o meu coração. A gente não pode esquecer que tem cabeça, cérebro, que pensa, que a razão nos puxa pelo pé ao anoitecer. Mas eu insisto em coisas que não fazem nenhum sentido, inclusive em esquecer que a razão existe e nos bate forte na cara. Tenho aquela ideia boba de ter uma casinha bonita, um trabalho que eu adore, alguma coisa que me inspire e um amor que me entenda. Sou o tipo de pessoa que chega na frente do Poço dos Desejos, fecha os olhos, pede baixinho *insira seu pedido/desejo* (o meu é ..................................................) e atira a moedinha na água, acreditando fortemente naquilo tudo. Sou assim, desculpa. Tenho essa anomalia emocional, essa deficiência no coração. Não penso, só sinto. E isso me custa caro, muito caro.

Eu dizia que andava vendo coisas feias. Desculpa de novo, mas tem coisa que não cabe em mim. Não consigo acreditar, desculpa, não consigo. Desculpa, não vou mais me desculpar nem tentar ser o que não sou. Desculpa, eu sou assim, continuo do mesmo jeito, sigo acreditando naquelas coisas tão bonitas, tão puras, tão minhas, tão suas. Mas estou perdendo a fé no romantismo. Juro, eu tô matando isso em mim bem devagar. Como pode, como é que pode as pessoas não perceberem que o amor é uma coisa tão essencial? Me explica isso. Uma amiga ligou contando coisas que se fosse comigo, sei lá. Sabe? Sei lá. Pelo que entendi, ela estava conversando com o namorado e lá pelas tantas ele disse que "o amor é aqui (e apontava para a cabeça), assim como o sexo, assim como tudo mais. É tudo aqui ó (na cabeça), o coração é apenas um músculo." Ela ficou chocada. O amor não é aqui, nem na minha cabeça nem na sua. O coração é um músculo, sim, mas o amor vem de dentro, minha gente. E não é da cabeça, pois se o nosso lado racional controlasse tudo é evidente que controlaria nossas vontades, ímpetos, impulsos e, é claro, nosso sentimento mais nobre. Não tem como fugir do amor, a cabeça não domina, não controla, não consegue domar. Outra amiga contou que estava em um momento de romance com o marido e fez aquela pergunta boba que as mulheres adoram fazer você-me-ama e ele olhou pra ela e perguntou "Você se ama? Tem certeza disso? Porque a gente tem que se amar, o amor-próprio é o amor mais importante". Que coisa horrível. Que coisa horrível. Que coisa horrível. Todo mundo sabe que pra amar alguém a gente tem que se amar. Lembro sempre da aeromoça: "Em caso de despressurização da cabine, máscaras cairão automaticamente à sua frente. Coloque primeiro a sua e só então auxilie quem estiver ao seu lado." Para ajudar alguém a gente precisa estar bem. Simples assim. Para amar alguém a gente precisa ter amor pra dar. E só tem amor pra dar quem se ama.

As pessoas não pensam em como uma coisa dita pode ferir a outra pessoa tão fundo, mas tão fundo que lateja loucamente nos dias chuvosos. A gente devia pensar muito antes de dizer coisas que machucam. Ou pelo menos se arrepender verdadeiramente. Devia ser proibido magoar quem amamos. As pessoas não se dão conta que magoando um amor estão magoando a si mesmas. Por essas e por outras, queria ser menos emotiva. Espero conseguir um dia."

No fim, é sempre sobre amor

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"Eu sou assim: tenho a palavra na ponta da língua, o mundo na ponta dos pés e a poesia na ponta do coração. Carrego nos ombros o peso de uma saudade. Às vezes, engano a mim mesma para me sentir melhor. Tenho um refrão no repeat e um coração mole, que só. Descobri o quanto pesa uma ausência e o quanto vale um sorriso. Elejo a fé como o que eu tenho de mais bonito. Vou, volto e não me deixo, embora tenha me perdido muitas vezes pelo caminho. Sou tantos verbos, em tantas orações subordinadas, de tantos objetos diretos e indiretos. Sou tantos “eus” buscando apenas um “você”. E o que é que se pode fazer quando a palavra te acerta em cheio e faz acordar o que te é intrínseco? Acho que dizer o que eu sinto, sempre foi a minha maior demonstração de ousadia. Porque, no fim, é sempre sobre amor."

Bate-papo culturete com: Marina Xandó

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Marina Xandó, advogada, mãe da fofa da Maria Victória e blogueira do Ask Mi.

Você costuma escolher livros pelo título? E pela capa?   
Pelo conteúdo e crítica

Qual foi o último livro que leu e qual é o próximo livro que lerá?  
50 tons de liberdade e o próximo será 1808, de Laurentino Gomes.

Você costuma ler resenhas de livros?   
Sim, bastante. Como me formei em direito gosto muito de ler.

Em qual lugar você gosta de ler? 
Na minha cama

Você costuma abandonar a leitura de um livro? 
Sim, quando depois de muitas tentativas, ele não me deixa com a mão "coçando" para virar a próxima página! rs

Quem (ou o quê) inspirou seu amor por livros?  
A faculdade de direito

Cite uma frase de um livro que você goste muito: 
"Se cada um cuidasse da própria vida, o mundo giraria bem mais depressa." (Alice no País das Maravilhas)


O que estou...

... lendo - assim que eu voltar de férias, pretendo começar a ler 1808, que fala sobre a vinda da família real para o Brasil.

... ouvindo - Roberto Carlos sempre!

... vendo - última série de HOUSE, que amo de paixão!

Para aqueles que ainda não conheciam a Marina, eis aqui a página no facebook e também o blog dela.

Quem ama, fica

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"Quem ama, fica. Fica porque sair correndo pra longe é uma alternativa que simplesmente não existe como abandonar o local mais aconchegante desse planeta - aquele abraço que carrega um pouquinho da gente e nos passa uma paz absurda, calmante. Quem ama, tenta. Tenta porque pode não dar certo e não ser a primeira tentativa, mas enquanto houver palpitação nos segundos antes de ver ao vivo e mãos suando frio pelo medo de não dar certo de vez, é mais fácil se aprumar de comprometimento e dedicação que se acovardar sem nunca saber como poderia ter sido até então. Que ama, quer estar junto. À dois, justamente pela força da conexão que ainda existe, mesmo em dias que o sinal anda fraco e a gente acaba por não captar tão bem a sintonia. Quem ama não desiste. Até porque, desistir é tarefa pra gente fraca e esse lance de amor só cabe em quem é do tamanho da coragem - e poucos conseguem ser tão grandes por dentro. Quem ama, aprende. Ensina a si mesmo a respirar profundamente antes de descarrilhar emoções adversas, a contar até um milhão se for possível, a fazer da paciência uma aliada ao louco amor, porque só dessa maneira é possível funcionar em dupla. Quem ama pensa em futuro. E por pensar, diz. E por dizer, não se deixa levar pela maré de carnaval, amigos solteiros, crises e fases ruins. Escolhe conservar sonhos futuros e não deixa que aos poucos certezas ruírem e daqui uns meses sobre apenas ódio, nojo, indiferença. Quem ama se preocupa. Acha simplesmente impossível seguir vivendo sem saber se ela voltou a comer chocolate e foda-se se possui lactose, não lida bem com a convivência de nunca mais saber se ele foi à academia e o sabonete para o rosto anda fazendo efeito. Quem ama, cuida. Toma-se do maior cuidado do mundo pra que muita gente não pragueje contra o objeto de amor, cultiva uma admiração que vai além dos campos sentimental e psíquico, tenta andar na linha pra que brigas eternas não se repitam e gerem apenas choradeira e rancor. Quem ama, sofre. Machuca ter e não estar bem; dilacera não ter e não saber como seria se tudo ao estágio maravilhoso retornasse. Mas mesmo assim, luta. Até o fim porque a gente se perde nesse labirinto chamado vida, cheio de difíceis escolhas e tentações, mas com o escudo da vontade própria e um pingente que cintila perto do peito fica mais fácil gladiar contra os percalços no meio do caminho. Quem ama se desespera. Sai um pouco de si porque a simples ideia de perder alguém que na prática não nos pertence mais é exasperador. Quem ama se compromete. Dá a palavra, assina contratos verbais, se faz presente na vida diária, porque o cotidiano conta pontos intermináveis quando é lotado de tanto carinho. Quem ama, volta. Se permite voltar de ideia. Cai em si no tempo exato, leva em consideração horas ruins e momentos maravilhosos, se nega a ver como lembrança a paz de acordar do lado e dormir bem uma noite inteira por ser quase completo ali. Pondera na balança toda a felicidade grotesca de estar juntos e o infortúnio do desgaste que o passar do tempo obra na relação. Quem ama quer, quem ama precisa, quem ama dá a mão, mesmo no calor, pra ter a certeza de não soltar nunca mais. É por isso que até agora eu não sei porque ele se foi. Talvez, pelo mesmo motivo incompreensível de estar aqui, ainda. Sozinha."

O que aconteceu com seu futuro que era o meu?

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"Saudade é só o tempo que já não temos
a palavra que não se repete, mas ecoa
o gesto que não percebe, mas desmorona
o amor que não vive mais à toa
dentro do nosso olhar.

Saudade é só mais um verso, um apreço
que amanhece reverberando na tez,
absorvendo o ar... desviando o fôlego,
desnorteando um caminho sem volta.
Não sei como ir e nos deixar, talvez não queira,
talvez não saiba, talvez não seja...

Um coração e um amor não precisam de acertos
tempo (in)certo ou efeitos para ficar e descortinar
tudo o que não ficou para trás.

Te amo, mas é sempre tarde demais."

Os segredos de Gabriela Castro.

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A minha admiração pelas suas palavras já fez aniversários, nasceu quando o “Segredos de Travesseiros” ainda era o “Não solta minha mão nunca, ta?”, pedido mais que atendido e digo mais, sem esforço algum e também pudera, quanto encanto mora nesta menina. Sabemos que a Gabriela, ou a Gabi, como a intimidade de alguns anos de companheirismo na blogosfera, me permite chamar, já é uma mulher, mas não podemos negar que dentro dela vive uma menina que passeia sobre a poesia com flores na cabeça e pés descalços, parece flutuar com as palavras, parece adoçar nossos dias que nem sempre são fáceis e tampouco leves com a sua delicadeza. E se o dom de escrever existe, estou certa de que ela o possuí e não é em vão que a cada dia mais aumenta o número de pessoas que acompanham o talento de Gabriela Castro.
Antes de mais nada, gostaria de agradecer em nome da Equipe Estouro em Palavras, foi um prazer contar com você nesta nossa jornada. Muita inspiração neste ano que está só começando. E sim, quando você publicar seu livro, faço questão de que meu exemplar esteja autografado. Luz! Todo amor que houver nesta vida pra você.
E agora, presenteio-lhes, com um pouquinho da intimidade dela. Quem não conhece, esta é a menina-mulher que lhes escreve sempre e quem conhece, talvez haja nestas perguntas algumas respostas que você ainda não tenha encontrado.
Espero que gostem!

Estouro: Acompanho o seu blog há algum tempo, acabamos nos aproximando e tudo mais, sei um pouco dos teus escritos e também da sua vida pessoal. Sei que você se formou em Comércio Exterior, a pergunta que não quer calar é: Quando você começou a escrever, o que te levou a isso?
Gabriela Castro: Eu sempre gostei de escrever. Eu tinha diário na minha adolescência, mas escrevia mais sobre coisas cotidianas. Descobri o meu amor pela escrita mesmo com o blog, criado em 2008. No início eu postava textos, poesias e músicas com os quais eu me identificava e, depois de um tempo comecei a escrever os meus próprios textos.

Estouro: Para você, Gabi, o que representa o ato de escrever? Você descreve em seus textos coisas reais, que talvez você não tenha tido coragem de contar pessoalmente ou apenas literatura?
Gabriela Castro: Escrever para mim é algo essencial. É a respiração, o sono e o alimento da minha alma. É o que me deixa em paz. Nos meus textos eu descrevo coisas reais, coisas que gostaria de ter dito, as coisas como eu gostaria que fossem, coisas imaginadas, histórias alheias. Ás vezes, tudo isso misturado em uma poesia só: Realidade e literatura. Mas, quando eu leio um texto antigo, geralmente consigo me lembrar de como eu me senti naquele momento. Escrever é também registrar memórias.

Estouro: Você acredita em inspiração, acordar de repente, no meio da noite com um nó na garganta e aliviá-lo ou você acha que escrever é lapidar as palavras, escolhê-las, trocá-las, organizá-las, como uma construção de fato? Ou às vezes, também um pouco dos dois?
Gabriela Castro: A minha escrita é bastante intimista e eu acredito em inspiração, sim. Mas, lapidar as palavras é necessário para que eu me entenda e para me fazer entender.

Estouro: Quando você decidiu criar o “não solta minha mão nunca, ta?” que depois virou “segredos de travesseiro”? Existe algum motivo especial para a mudança? O que se encontra nos posts são “segredos” que você só conta para os seus leitores, ou sua vida é um livro aberto e sendo redigido, ainda?
Gabriela Castro: Eu decidi criar o “Não solta a minha mão nunca, tá?!” em 2008. Ele surgiu da minha vontade (e necessidade) de externar o que eu sentia e o que eu pensava. Passei a expressar através das palavras, o meu modo de ver o mundo e de encarar a vida.
Todo ano eu gosto de reformar a “casa” e essa mudança de layout acontece pelas mãos e talento da minha amiga Desi, do blog Sintonias (se puder linkar: http://www.sintonias.com.br/ ). Foi ela quem sugeriu que o blog tivesse um nome mais curto, porém não menos marcante. Pensei bastante e concluí que “Segredos de Travesseiro” traduzia bem a essência do blog e optei por mudar.
Muitos dos meus segredos encontram-se nos textos, ainda que nas entrelinhas ou vestidos por jogos de palavras. Considero-me transparente, mas sou e estou mesmo naquilo que não digo.

Estouro: Falando em livro, conta pra gente, Gabi, você tem planos de publicar um livro?
Gabriela Castro: Publicar um livro é um sonho grande. Será a minha principal resolução de ano novo. Vou me esforçar para que se realize em 2013.

Estouro: Como você lida com o fato de que mais de 40 mil pessoas acompanham a sua página na internet? É muita gente! Você passou a pensar mais no que revelaria em seus segredos desde que as coisas tomaram essa proporção gigantesca ou tudo permanece da mesma forma pra você?
Gabriela Castro: Fico feliz que tantas pessoas se interessem pelo tenho a dizer, que se identifiquem e gostem do conteúdo da página. Ela tem crescido muito e hoje já ultrapassou 44.500 curtidas. Para mim, tudo permanece da mesma forma, pois foi exatamente por isso que as pessoas chegaram até ela.

Estouro: Você tem algum recado aos seus seguidores, amigos e companheiros cibernéticos? Fique a vontade!
Gabriela Castro: Eu tenho um apreço muito grande por todos os meus leitores. Fiz alguns bons amigos através do blog, que levarei por toda vida. Agradeço todo o carinho e atenção que sempre demostram ter comigo. Também por todas as mensagens e delicadezas, que me são enviadas e que tornam os meus dias mais leves e mais felizes.
Estouro: Agora vamos a rapidinha? Eu digo uma palavra e você me diz o que ela representa ou o que vier em mente:
Uma cor: Azul
Um hobby: Além de escrever, criar peças de acessórios femininos.
Um medo: Da normalidade.
Um lugar: Meu quarto
Uma canção: A do momento é Idade do Céu – Paulinho Moska
Uma frase: Pode ser uma oração? O Pai Nosso.
Uma poesia: Escolher uma seria injustiça. Considero válida toda forma de poesia.
Um autor: Clarice, minha alterego.
Um abraço: Da minha mãe.
Um amor: O próprio. 
Um sonho: Publicar o meu livro.
Um livro: Água Viva – Clarice Lispector
Um site: O último que acessei foi: http://www.gabitonunes.com.br/
Um vício: Seriados
Viagem inesquecível: Rio Quente - Goiás

Para aqueles que ainda não tiveram a grata surpresa de encontrar-se com a poesia da Gabriela, eis aqui a página no facebook e também o blog, deliciem-se.



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Eu não sei lidar com isso, me perdoa

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"Hoje eu só queria aliviar um pouco dessa culpa que me pesa os ombros. Não adianta, não importa o que a gente faça, sempre vai ter uma coisa incomodando, uma pedrinha dentro do sapato que machuca sem parar o dedinho da ponta. Eu não consigo, entende? Simplesmente eu não entendo o porquê disso tudo.

Podia ter acontecido com tanta gente, de tantas formas, mas foi acontecer com você. Logo com você. Eu, sinceramente, não entendo. Já senti raiva, tristeza, mais raiva e uma indignação. Depois passei a sentir culpa. Sei que devia fazer alguma coisa, mas não consigo. Por favor, me perdoa, mas eu não consigo te ver assim. Sei que é egoísmo da minha parte, mas aceito que não sou uma pessoa evoluída pra conseguir aceitar bem as coisas.

Ninguém entende a ligação que a gente sempre teve. Era tão bonito, tão puro, tão intenso, tão natural. É isso mesmo, natural. Sem forçar sorriso, sem forçar abraço, sem forçar beijo, sem forçar um amor só pra ficar interessante. Era simples, era beijo estalado, era abraço apertado, era olho no olho, era piada, era segredo, era bobagem, era conselho, era magia, era pureza.

Nunca mais a minha vida foi a mesma. Na verdade, nunca mais eu fui a mesma. Nem você. Nós mudamos. E isso me dói. Me dói tanto, mas tanto que o meu coração encolhe, fica pequeno, bem pequeno e eu não sei o que fazer com ele. Eu entendia tudo quando você sorria aquele sorriso que eu nunca mais vi. Meu Deus, como sinto falta de antigamente. Como sinto falta daquele tempo onde as coisas eram mais fáceis. Onde eu achava que tudo era eterno. Inclusive as pessoas.

Eu não quero ter pena de você. Não quero sentir tristeza por você. Não quero sentir uma revolta dentro do peito. Não quero mais procurar respostas. Não quero pensar em você e sentir uma lágrima quente descer pela bochecha. Não quero mais sentir saudade da sua voz. Mas eu sinto tudo isso. E isso me dói, me dói, me dói e eu poderia ficar falando me dói, me dói, me dói até o fim da vida.

Você sabe que te amo? Sabe mesmo? Por favor, diz que sim. Eu sei que você de alguma forma sente todas as boas vibrações que mando todos os dias. Eu penso em você sempre. Te mando beijo, te mando abraço, te mando carinho, te mando o meu melhor. Mas eu não sei lidar com isso, me perdoa."