Síntese de sentimentos. ♥
A visita.
- Quem é?
- Não me reconheces mais?
- Não sei. Tem algo que me é familiar, mas não consigo lembrar... Não! Não pode ser. Como você pode estar de volta?
- Isso deve ser muito confuso para sua cabecinha realmente, mas sou eu mesmo.
- Como pode estar presente naquela época e nesta ao mesmo tempo?
- Veja bem, não estou lá, estou aqui.
- O que você quer de mim?
- A princípio te lembrar que não podes me abandonar.
- Mas eu não escolhi te deixar.
- Não se preocupe, eu sei que é da minha natureza ficar para trás, e que é da natureza humana caminhar para frente.
- Mas quero que saiba que nunca escolhi te esquecer. Não pensar em você talvez fosse uma saída para a dor que eu sentia, e foi. Só que nem assim eu consegui te apagar, você sempre viveu no vai e vem da minha memória.
- Comover-me-ia se pudesse me dar ao luxo de sentir alguma coisa, mas deixo as lágrimas só para a senhora.
- Por favor, por que está de volta?
- Também estou aqui para descobrir.
- Como assim? Não tem a resposta?
- Só a senhora tem a resposta.
- Eu?
- Não esqueça que eu sou apenas uma parte da sua vida.
- Você veio para ficar?
- Eu voltei agora, e esse agora pode sim demorar.
- E a quem devo cobrar? Não vê que me dói te encontrar?
- Já te disse que não sei, talvez algo tenha ficado pendente comigo.
- Juras que não sabe?
- Eu te adoro, faria tudo pra não te ver nessa agonia, mas essa vida não é minha.
- De qualquer forma é bom te ter por perto, mas tenho medo dessa, nem sei como chamar... estranha alegria.
- Eu te prometo que só vou te machucar o necessário.
- Mas eu já sofri tanto com essa história...
- Nós sabemos, mas a dor não vai ser nova. Fica tranquila, afinal, tudo em mim a senhora reconhece.
- Acho que começo a entender. É como quando a gente deixa a porta aberta...
- ...E uma hora é preciso voltar para fechá-la.
- Ou não, talvez tenha sido de propósito, para outro entrar.
- Tudo é possível, mas os burracos que trago, como a senhora mesmo disse, foram blindados contra o esquecimento.
- E eu mesma os blindei...
- É, a senhora entendeu.
- E são grandes?
- Alguns
- Quantos?
- Só a senhora para saber.
- Devem ser muitos...
- A senhora respira com dificuldade.
- Faz tempo que não vivo em paz.
- Por quê?
- Não sei, talvez eu soubesse que você chegaria.
- Então a senhora me chamou.
- Não sei se tenho esse poder.
- Querida, entenda, basta desejar.
- Acho que ainda não estou preparada.
- Mas se você me trouxe de volta, saberá o que fazer.
- Posso te pedir um favor?
- Qualquer um.
- Só parta quando estiver tudo resolvido.
- Vou partir quando a senhora quiser.
- Obrigada. Por favor, sente-se. Vou trazer uma caneca de chá.
- Chá? Como a senhora está mudada.
- Sim, mas ainda há a coca bem gelada.
- Serei o que quiseres que eu seja.
- Levante-se, venha, temos muito o que conversar. Fique comigo o tempo todo, até eu decidir se bebo coca ou chá.
- Nós vamos nos achar.

Texto do livro: Ela, a outra e eu.
O Curioso Caso de Benjamim Button

nunca é tarde demais… Ou, cedo demais… Para ser quem você quer ser.
Não há limite de tempo. Comece quando quiser.
Mude ou continue sendo a mesma pessoa. Não há regras para isso.
Podemos encarar a vida de forma positiva ou negativa,
espero que encare de forma positiva.
Espero que veja coisas que surpreenda você.
Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes.
Espero que conheça pessoas com um ponto de vista diferente.
Espere que tenha uma vida da qual se orgulhe.
E se você descobrir que não tem…
Espero que tenha forças para conseguir começar novamente”.
Silêncios e Palavras

"Não diga as coisas com pressa. Mais vale um silêncio certo que uma palavra errada.
Demora naquilo que você precisa dizer. Livre-se da pressa de querer dar ordens ao mundo.
É mais fácil a gente se arrepender de uma palavra que de um silêncio.
Palavra errada, na hora errada, pode se transformar em ferida naquele que disse, e também naquele que ouviu.
Em muitos momentos da vida o silêncio é a resposta mais sábia que podemos dar a alguém.
Por isso, prepara bem a palavra que será dita. Palavras apressadas não combinam com sabedoria. Os sábios preferem o silêncio.
E nos seus poucos dizeres está condensada uma fonte inesgotável de sabedoria. Não caia na tentação do discurso banal, da explicação simplória.
Queira a profundidade da fala que nos pede calma.
Calma para dizer, calma para ouvir.
Hoje, neste tempo de palavras muitas, queiramos a beleza dos silêncios poucos.”
Reverência ao destino
“Falar é completamente fácil, quando se tem palavras em mente que expressem sua opinião.
Difícil é expressar por gestos e atitudes o que realmente queremos dizer, o quanto queremos dizer, antes que a pessoa se vá.
Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias.
Difícil é encontrar e refletir sobre os seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado.
Fácil é ser colega, fazer companhia a alguém, dizer o que ele deseja ouvir.
Difícil é ser amigo para todas as horas e dizer sempre a verdade quando for preciso.
E com confiança no que diz.
Fácil é analisar a situação alheia e poder aconselhar sobre esta situação.
Difícil é vivenciar esta situação e saber o que fazer ou ter coragem pra fazer.
Fácil é demonstrar raiva e impaciência quando algo o deixa irritado.
Difícil é expressar o seu amor a alguém que realmente te conhece, te respeita e te entende.
E é assim que perdemos pessoas especiais.
Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.
Fácil é ver o que queremos enxergar.
Difícil é saber que nos iludimos com o que achávamos ter visto.
Admitir que nos deixamos levar, mais uma vez, isso é difícil.
Fácil é dizer "oi" ou "como vai?"
Difícil é dizer "adeus", principalmente quando somos culpados pela partida de alguém de nossas vidas...
Fácil é abraçar, apertar as mãos, beijar de olhos fechados.
Difícil é sentir a energia que é transmitida.
Aquela que toma conta do corpo como uma corrente elétrica quando tocamos a pessoa certa.
Fácil é querer ser amado.
Difícil é amar completamente só.
Amar de verdade, sem ter medo de viver, sem ter medo do depois. Amar e se entregar, e aprender a dar valor somente a quem te ama.
Fácil é ouvir a música que toca.
Difícil é ouvir a sua consciência, acenando o tempo todo, mostrando nossas escolhas erradas.
Fácil é ditar regras.
Difícil é segui-las.
Ter a noção exata de nossas próprias vidas, ao invés de ter noção das vidas dos outros.
Fácil é perguntar o que deseja saber.
Difícil é estar preparado para escutar esta resposta ou querer entender a resposta.
Fácil é chorar ou sorrir quando der vontade.
Difícil é sorrir com vontade de chorar ou chorar de rir, de alegria.
Fácil é dar um beijo.
Difícil é entregar a alma, sinceramente, por inteiro.
Fácil é sair com várias pessoas ao longo da vida.
Difícil é entender que pouquíssimas delas vão te aceitar como você é e te fazer feliz por inteiro.
Fácil é ocupar um lugar na caderneta telefônica.
Difícil é ocupar o coração de alguém, saber que se é realmente amado.
Fácil é sonhar todas as noites.
Difícil é lutar por um sonho.
Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata.”